segunda-feira, 15 de junho de 2009

A parada é essa!


Pois é, por muito pouco, a maior parada do Orgulho do mundo não contou com a minha fabulosa participação.

Estava eu prosaicamente voltando da minha reunião semanal de colecionadores de brinquedos (sim gente, eu sou gostoso, mas sou MUITO nerd!), quando meu telefone toca e é um dos meus três melhores amigos homens, dizendo que seu namorado possuidor de um carro deu a louca, vai na parada, e que eu podia ir também. Como a chance de eu um dia coçar o bolso para ir me meter na multidão suada, mesmo que por Orgulho, é remota, me animei. Mas o plano não deu certo, e não foi dessa vez que a Paulista me viu em plumas cor de rosa...

Mas, mesmo sem mim, a parada aconteceu. Pouco depois do meio-dia,numa tarde fria, mas ensolarada, milhares de gays, lésbicas, transgêneros e simpatizantes desfilaram fantasias, sensualidade e alegria, num grito de orgulho que nunca se calará.
Com esquema especial nos hotéis, já que o evento é o principal acontecimento turístico da megalópole, o pink money correu nesse feriadão.

Apesar do grande número de furtos em eventos desse porte, a polícia registrou menos ocorrências do que no ano passado, e em geral a parada correu tranquilamente.
O único grande problema foi já na dispersão, quando uma bomba jogada de um prédio feriu cerca de 20 pessoas...

A campanha "Não Homofobia" conseguiu cerca de mil assinaturas a mais, o que não é muito, mas serve para algo.

Fica claro que, aqui no P-Files, as opiniões sobre a parada divergem. Quer dizer, até concordamos no que diz respeito a ser "anti-carnaval", que eu não suporto muvuca, mas li uma frase (queria me lembrar de quem...), que dizia que se assumir é que nem reciclagem. Se você recicla, faz a sua parte pelo ambiente. Se você se assume, faz a sua parte pelo movimento gay.

Como já disse aqui, não me sinto em nada diminuído pela pegação que rola na parada. O que choca, o que nos diferencia, é o sexo mesmo. Acho mais político ver um exército de homens se agarrando do que um com um megafone. E no caso da parada, temos alguém dizendo o que importa nos megafones, e a horda de pessoas corajosas o suficiente para usar brilhos e se pegar na rua, dando força para o que está sendo dito.

Eu entendo a desilusão do meu amigo, até por que ele estava lá trabalhando e eu estava só desfilando sem camisa, mas depois de uma vida inteira sendo julgado justamente pela minha sexualidade, não posso aceitar que seja condenável as pessoas exercerem essa sexualidade num dia festivo. Heterossexuais fazem isso o tempo todo, e no Carnaval não há nem esse verniz de politíca (nem deveria, mas enfim...).
E como diz a música: This is my life, gonna hold my head high, gonna live it with pride ´till the day that I die!

6 comentários:

  1. Meus queridos, OK a idéia, o motivo, a política, etc. Mas tenho um defeito que é ser muito realista: Um bando de gay, bêbado, junto com música alta com um certo aval de "ser" gay ao ar livre durante aquelas horas, VAI pegar, VAI fazer pegação em todos os cantinhos possíveis e imagináveis do circuito. Isso hoje, ontem e sempre. Querer que isso mude, é querer que exista política limpa e justa ...E quer saber? TUDO BEM, eu hein, não pode isso, nem aquilo, nem mão na mão, ah, dá um desconto!

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  2. Se pegar no meio da rua não é orgulho nem ajuda a legitimar nenhum tipo de reivindicação. Não importando quem o faça, gays, héteros, pretos, brancos, japoneses...
    Frustrante que no meio de 3 milhões de pessoas só se consiga um acréssimo de mil assinaturas.

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  3. Também acho.
    Quem faz pegação em locais públicos faz qualquer dia da semana, no lugar que for possível e sempre que tiver oportunidade. Duvido muito que a parada seja desculpa pra fazer isso.

    Frustrante que no meio de 3 milhões de pessoas só se consiga um acréssimo de mil assinaturas.[2]

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  4. "Duvido muito que a parada seja desculpa para isso" ????
    Gente, para quem faz pegação (50% do povo que vai a parada) não importa se é parada, aliás, melhor que seja, porque aí é mais gay por metro quadrado.
    Vejam bem, não defendo a pegação em locais públicos, isso é até crime previsto, mas há uma realidade que não consigo deixar de ver, oras.
    Quem faz pegação não está preocupado com a imagem que vão passar pelo grupo, eles estão bebados e querem trepar, proooonto, homem com tesão, ali e naquela hora, não há como negar isso, e todos em volta querendo a mesma coisa, então é festa! E isso é VERDADE, VERDADE, VERDADE E VERDADE.
    Gayzinho cult, metido a superior e tal DIZ que tem nojo de pegação, mas libido é uma coisa que temos todos (sem ofensas ou referencias).

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  5. Eu nem quis sugerir que sou contra pegação na rua. Contanto que não sejam pegos e não pertubem ninguém...
    Mas é que como disse não gosto de carnaval. E como a parada acaba virando um carnaval fora de época porque muito hétero também vai pra fazer pegação eu simplesmente não gosto porque não acho que esse devia ser o papel da parada. Pra isso existem raves. Por isso sou super contra trio elétrico em parada. Tem que ser um protesto mesmo. Megafone, cartazes e bandeira já resolviam pra mim. O que não impede ninguém de se montar, de dar pinta (horrores!)

    Eu não faço pegação. Já tentei, mas não curti. Sexo em público pra mim, só se fosse escondido e pra permanecer assim. E essa desculpa de que a libido toma conta do meu ser me parece muito Aluisio Azevedo... Sem querer fazer a cult =D

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