quarta-feira, 15 de abril de 2009

Jovens Reacionários

Juro que queria muito escrever sobre alguma outra coisa mais divertida mas não consigo tirar esse assunto da minha cabeça.

Semana retrasada conversando com um colega de sala no caminho de volta pra casa ele resolve me perguntar como vai o meu namoro. Algo que ele descobriu via orkut. Muito simpático ele me conta que estava me perguntando isso pois nos conhecemos há um ano e eu nunca converso com ele sobre isso.

Eu que estava num momento frágil pois com o completar de mais um ano de relacionamento as coisas precisam ser discutidas e numa última discussão as coisas não tinham ficado muito bem acabei falando sobre isso sem corrigir esse colega quando ele disse namoradA. Ele acabou falando umas coisas que me ajudaram no momento.

Como achei muito gentil da parte dele se incomodar de perguntar e ouvir acabei fiquei uns três dias chateado comigo mesmo por não tê-lo corrigido e decidi contar pra ele. Até porque ele me parecia uma pessoa mUderna. Leia-se ateu, orgulhoso fumante de maconha com um discurso político um bocado revolucionário.

Então, alguns poucos dias depois conversando enquanto esperamos servirem os nossos PFs, que demorou bastante, conversamos sobre o que poderia ser feito ou deixar de ser feito pelas favelas, alienação político-social, e outros assuntos um tanto reacionários (reconheço) e éis que ele me fala a seguinte frase: "homossexualismo pra mim é doença mental". E foi quando eu senti a pontada do desapontamento mas não tive tempo de amargar nada porque não consegui ouvir besteiras do tipo "todo gay quer se tornar mulher", "nem os gays gostariam de ter filhos gays" e ao rebater ainda fui obrigado a ouvir "você acha isso porque a mídia de uns anos pra cá tem tentando convencer as pessoas que isso é legal", "você é igual ao meu amigo. Sabe que eu estou certo mas fica revidando porque gosta de discutir".

Não preciso dizer que até o desconhecido que sentava à nossa mesa deve ter percebido que os meus contra-argumentos deveriam ter outra razão de ser.

O que mais me impressionou é que todos os argumentos dele eram tipicamente religiosos. Isso de um ateu. E ele em momento nenhum mencionou Deus ou divindade que fosse. O que mais me impressionou é que ele estava repetindo um discurso que deve lhe ter sido ensinado durante sua formação.

Esse colega tem 21 anos, é estudante universitário de publicidade em uma universidade federal. Teoricamente uma cabeça pensante da geração por vir. E o pior é que ele não é o único garoto dessa faixa de idade que repete esse discurso.

Por um momento eu achei que a sociedade tivesse feito grandes avanços nesse sentido mas agora entendi que eu achava isso porque por muito tempo só tive contato com outras pessoas da comunidade LGBT.

4 comentários:

  1. UFF! Agora sim poderei escrever sobre alguma outra coisa. Meu PC deu problema de novo, mas devo consertar esse findi.

    Eu sei que esse texto pode estar um pouco confuso mas eu dou uma ajeitada depois. Tenho que ir pra aula.

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  2. Homem Inteligente Viril15 de abril de 2009 às 18:11

    Olha, quando leio ou fico sabendo de algo assim, meus pensamentos viram um turbilhão de indignação, raiva, de ver o quanto pessoas podem ser limitadas! Carregam uma casca que acham bonita, de descolado e tal, mas não conseguem fugir da "pequenisse" de ter um preconceito IDIOTA e cego. Aff ...

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  3. "você é igual ao meu amigo. Sabe que eu estou certo mas fica revidando porque gosta de discutir" é o melhor. Adoro vaidade excessiva, hahaha!
    Bom, vou ter que falar sobre um caso semelhante que rolou comigo essa semana, quando eu estava fazendo meu serviço social numa comunidade. É um caso bem diferente, mas o discurso é parecido.

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  4. Homem Inteligente Viril16 de abril de 2009 às 11:30

    ...(adendo).. Mas sim, nossa percepção de mundo depende muito do MUNDO em que convivemos. Achei interessante esse último parágrafo de LD, que diz isso. Já aconteceu comigo também, por ouvir muito um lado, e ver o planeta muito junto com um "secto" de pessoas acabava por ignorar um outro lado totalmente na contra-mão daquilo que via.
    Acho que temos direito de ver as coisas da onde quisermos, mas é menos frustrante tomar pé das coisas do outro lado de vez em quando ...

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