Eu não sou do tipo que levanta bandeiras no blog. Falo do que gosto e do que não gosto. São questões pessoais (às vezes, pessoais demais) e só.
Mas há algumas coisas que não dá pra deixar passar.
Li na Folha que o Ministério Público de São Paulo está analisando uma tuitada do Danilo Gentili, repórter do CQC. Conforme for, ele pode ser acusado do crime de racismo.
Eis a tuitada:
"King Kong, um macaco que, depois que vai para a cidade e fica famoso, pega uma loira. Quem ele acha que é? Jogador de futebol?"
Evidentemente, rolou uma polêmica virtual e Danilo voltou a tuitar para se defender:
"Alguém pode me dar uma explicação razoável por que posso chamar gay de veado, gordo de baleia, branco de lagartixa, mas nunca um negro de macaco?"
Depois, continuou:
"Na piada do King Kong, não disse a cor do jogador. Disse que a loira saiu com o cara porque é famoso. A cabeça de vocês que têm preconceito."
Sorry, Danilo.
Foi totalmente preconceituoso. Não estou nem questionando o comportamento de certos profissionais da bola, mas quando tu compara um jogador a um macaco, tu não está falando do Tcheco, está?
Acho até que esse tipo de analogia não é consciente, e talz, mas é de um mau gosto tremendo. E alegar que pode chamar gay de veado e gordo de baleia não muda esse fato. Ao contrário, só piora. Isso é preconceito arraigado - e pra mim, esse é o do pior tipo.
É esse pensamento engraçadinho, de piadinhas que rolam à mesa nas macarronadas ou churrascadas de domingo, que rola de geração a geração. As crianças ouvem e acham engraçado quando o pai chama o colega de rolha de poço ou de elefante. No outro dia, chegam no colégio e atacam o primeiro colega com sobrepeso. A classe toda ri, e a cria pensa: "Pô, como eu sou legal".
Perpetua-se um padrão.
Não quero que o politicamente correto acabe com o humor, e nem acho que esse tipo de comportamento se apaga de uma hora para a outra, mas acho que já é piada velha e chatinha atribuir características animais à quem não tem a sua cor de pele, forma física ou opção sexual. Essa brincadeira tem uma mensagem subliminar: eu sou melhor do que você porque sou diferente de você. Sou superior!
Sem falar no fato de que é bem fácil gozar da cara dos outros - e não entender quando os outros reclamam - quando você não pertence a uma minoria que sofre discriminação.
O Danilo escreveu um post imenso no blog dele se justificando. Se vocês quiserem, deem uma olhada e me contem o que vocês acharam. Quero opiniões sinceras. Não precisa dourar a pílula para uma macaca-elafanta-girafa.
Ai, triste!
A propósito: dizemos de "raça negra" e não de "raça preta" porque raça não tem a ver com cor. Preto é cor. Nem todos os negros tem cor preta. Camila Pitanga é preta? Não.
Enfim, o conceito de raça é sobre características físicas ou ancestrais de um grupo.
Mas há algumas coisas que não dá pra deixar passar.
Li na Folha que o Ministério Público de São Paulo está analisando uma tuitada do Danilo Gentili, repórter do CQC. Conforme for, ele pode ser acusado do crime de racismo.
Eis a tuitada:
"King Kong, um macaco que, depois que vai para a cidade e fica famoso, pega uma loira. Quem ele acha que é? Jogador de futebol?"
Evidentemente, rolou uma polêmica virtual e Danilo voltou a tuitar para se defender:
"Alguém pode me dar uma explicação razoável por que posso chamar gay de veado, gordo de baleia, branco de lagartixa, mas nunca um negro de macaco?"
Depois, continuou:
"Na piada do King Kong, não disse a cor do jogador. Disse que a loira saiu com o cara porque é famoso. A cabeça de vocês que têm preconceito."
Sorry, Danilo.
Foi totalmente preconceituoso. Não estou nem questionando o comportamento de certos profissionais da bola, mas quando tu compara um jogador a um macaco, tu não está falando do Tcheco, está?
Acho até que esse tipo de analogia não é consciente, e talz, mas é de um mau gosto tremendo. E alegar que pode chamar gay de veado e gordo de baleia não muda esse fato. Ao contrário, só piora. Isso é preconceito arraigado - e pra mim, esse é o do pior tipo.
É esse pensamento engraçadinho, de piadinhas que rolam à mesa nas macarronadas ou churrascadas de domingo, que rola de geração a geração. As crianças ouvem e acham engraçado quando o pai chama o colega de rolha de poço ou de elefante. No outro dia, chegam no colégio e atacam o primeiro colega com sobrepeso. A classe toda ri, e a cria pensa: "Pô, como eu sou legal".
Perpetua-se um padrão.
Não quero que o politicamente correto acabe com o humor, e nem acho que esse tipo de comportamento se apaga de uma hora para a outra, mas acho que já é piada velha e chatinha atribuir características animais à quem não tem a sua cor de pele, forma física ou opção sexual. Essa brincadeira tem uma mensagem subliminar: eu sou melhor do que você porque sou diferente de você. Sou superior!
Sem falar no fato de que é bem fácil gozar da cara dos outros - e não entender quando os outros reclamam - quando você não pertence a uma minoria que sofre discriminação.
O Danilo escreveu um post imenso no blog dele se justificando. Se vocês quiserem, deem uma olhada e me contem o que vocês acharam. Quero opiniões sinceras. Não precisa dourar a pílula para uma macaca-elafanta-girafa.
Ai, triste!
A propósito: dizemos de "raça negra" e não de "raça preta" porque raça não tem a ver com cor. Preto é cor. Nem todos os negros tem cor preta. Camila Pitanga é preta? Não.
Enfim, o conceito de raça é sobre características físicas ou ancestrais de um grupo.
Como comentei no blog da Tati, acho que o grande erro foi tentar consertar. Qual é o problema de pedir desculpas e admitir que errou? Aqui, frequentemente eu uso a palavra "VIADO", por que não tenho essas frescuras. Mas eu posso, né?
O que me irrita no post do Danilo é justamente se defender atacando o "politicamente correto". Acho um saco sermos politicamente corretos com tudo, mas não dá para usar uma opinião que procura um equilíbrio, e que é predominantemente de um elite intelectual, para justificar quando cometemos o que seria no mínimo uma gafe.
Isso, por que acredito que a tal "tuitada" tenha sido "inocente", já que preconceitos, estereótipos e padrões culturais existem e povoam nosso imaginário, fazendo com que muitas vezes pensemos em algo sem pensar em suas implicações.
Muitas vezes, especialmente na internet, uma informação sai de um jeito e é recebida de outro completamente diferente. Isso é natural. Assim, é possível que a história toda tenha começado pequena, mas com a emenda desastrosa, acabou confirmando o preconceito percebido por quem leu a primeira frase e se ofendeu. Aí, bola de neve, né? Ainda mais para uma pessoa pública, o buraco é muito mais embaixo e agora vai dar pano para manga, merecidamente.
Que sirva, pelo menos, de lição.
Pena... gosto muito do Danilo.Faria fácil!
ResponderExcluirBesteiras em cima d besteiras. Opior é ele acreditar nas besteiras!Oxi!
Também faria facilmente...
ResponderExcluirSou mais o Rafinha...
ResponderExcluirGente pública tem que ter cuidado. Tem que ser politicamente correto, ainda mais quando se é jornalista, como poderia ser o caso desse aí. Em um programa em que eles cutuam políticos por falarem besteira ele não podia ter cometido um erro desses. Como o B Fab disse era melhor ter pedido desculpa. Achar que é certo chamar gay de viado, entre os outros só piorou a situação dele.
ResponderExcluirFaria Danilo e Rafinha ... Junto ou seperado :-P
ResponderExcluirAhhhh ... Quero um namorado !!!!
ResponderExcluirAffe, uma discussão séria levada a uma disputa de quem faria quem... eis os homossexuais! HAHAHA!
ResponderExcluirTambém faria o Rafinha facilmente, e junto deve ser melhor ainda...
a questão é que ele não pediria desculpas, simplesmente pq não acha q tenha feito nada de errado para se desculpar!
ResponderExcluir...na verdade acho q faria todos eles( juntos ou separados!)... exceto o Tas, com quem preferia fumar um cigarro e bater um papo cabeça, no 'after'.
Mas ele podia ter falado um "foi mal aí, não era isso que eu pretendia".
ResponderExcluirQuando escolheu por polemizar, piorou.
cara, nem acho q ele tenha ESCOLHIDO polemizar. Polemizou quando foi se defender das críticas (um direito dele), com péssimos argumentos, porém, os argumentos que (infelizmente) ele acredita serem certos.
ResponderExcluirComo sempre digo A PALAVRA É DE PRATA, MAS O SILÊNCIO É DE OURO!
Fab, querido!
ResponderExcluirAmei que tenhas colocado meu texto aqui. Luxo!
E concordo plenamente que o pior erro foi tentar consertar... Enfim.
Gentili não pegava, não. Já o Rafinha...
Beijim