quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
DPA - Demonstrações Públicas de Afeto
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
Bi the way...
Como as mulheres não eram criadas para serem intelectualmente interessantes, sendo consideradas seres menos racionais que o homem não é de se espantar que os homens preferissem passar mais tempo com outros homens e surgisse algum tipo de atração entre eles. Isso sem falar que fazia parte da educação do jovem grego ter relações (nem sempre sexuais) com outros homens. A pederastia.
Mas o fato de eles serem casados com mulheres, terem filhos e se envolverem com outros homens faria deles BI?
Isso é algo que venho me perguntando ao pensar nesse post. Eu NÃO acredito em bissexuais. Não estou excluindo a possibilidade de existerem, mas simplesmente não acredito porque entendo a sexualidade humana como algo indissociável da afetividade. E não conheço muitas pessoas que tenham atração física e emocional por ambos os sexos igualmente. Sei que o termo não inclui igualdade de atração, mas não acho que uma pessoa possa se definir "bi" se só namora homem ou mulher.
Até porque eu poderia muito bem escolher uma garota que eu ache linda, legal, poderosa e diva que estivesse interessada em mim, tomar um viagra me encher de preliminares e masturbação, penetrá-la e chegar a gozar e não acredito que isso faria de mim BI. Ou faria?
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
" A bissexualidade dobra imediatamente as suas chances de um encontro no sábado a noite"
A frase é do Woody Allen.
No próximo dia 20, às 22:15, o Multishow vai exibir o documentário "Bi the way", sobre bissexualidade, na faixa "Pensa nisso". Vamos pensar?
Tenho que começar dizendo que concordo com a frase do título, e com todo o tesão que sinto por homens, lamento muito não ser bi.
O filme fala sobre uma mudança na sexualidade americana, focando numa geração que se sente livre para transitar entre esses papéis sexuais e experimentar. Pode ser leviano falar nisso como uma mudança em geral, já que os entrevistados representam uma parcela da população, e não "uma geração". Mas é bom ver que alguns jovens se sentem confortáveis para falar nisso abertamente.
De minha parte, vivi isso de algumas formas. Quando criança, me senti pressionado a "escolher um lado", e terminei me identificando como homossexual por uma série de fatores além da atração sexual por outros homens. Mas sempre pensei que seria mais divertido ser livre para ficar com quem quisesse, e até hoje, ainda tenho esperanças de não ser tão "quadrado" assim.
Quando me sinto atraído por mulheres, geralmente é por motivos subjetivos como "cabelos bonitos", "star quality", "um riso franco" ou "breathtaking beauty". Nunca é algo sexual como no caso de mamilos masculinos e um bom volume no meio das pernas... no fim, meu envolvimento com mulheres sempre se deu pela amizade, mesmo quando cheguei a ter alguma intimidade com elas. Mas não foi ruim.
Quando era mais novo, vi minhas amigas experimentarem ficar com meninas, gostarem, fazerem disso uma fase e uma até virou lésbica. Acho maravilhoso que na nossa sociedade machista e falocêntrica a preocupação em "construir machos" seja tão grande que deixe as mulheres livres para se sentirem seguras de sua identidade feminina, mesmo quando estão beijando uma amiga.
É muito mais fácil para uma moça beijar uma amiga, gostar, até transar e depois voltar a namorar um rapaz do que para um menino. A masculinidade é tão frágil que não permite o contato entre os homens, e mesmo as grandes amizades masculinas evitam beijos e abraços. É uma pena... muitos se privam de experimentar e viver relações interessantes por conceitos sociais questionáveis.
Aí, agora, temos uma geração mais modernosa, onde algumas coisas são mais fáceis... repito, não dá para generalizar, mas tenho esperanças de que mais e mais garotos se sintam livres para dar ao menos um beijinho naquele amigo bonitinho, e quem sabe no futuro mais e mais pessoas se identifiquem como bissexuais?
Dando uma de Literatum, vou indicar uma leitura. "A invenção da Heterossexualidade", de Jonathan Ned Katz (Ediouro, 272 páginas). O livro fala sobre a invenção do termo "heterossexual" e como as relações sexuais foram definidas faz pouco tempo por ele, apesar de ele ter sido aceito como norma. Há um pouco de Freud, de Richard von Krafft-Ebing e um prefácio do Gore Vidal. Tem a história da homossexualidade, da heterossexualidade, e discussões sobre todas essas distinções, questionamentos e afins. Muito bom mesmo.
sábado, 14 de fevereiro de 2009
O Terceiro Sexo
Para quem não sabe, "terceiro sexo" é um termo que remonta a um mito narrado por Platão sobre a história das almas gêmeas que diz que no início do mundo havia três sexos que eram como "siamases": os homens, as mulheres e os andróginos. Um dia, Zeus, irado pelo comportamento dos seres humanos, dividiu-os ao meio. Os primeiros se tornaram os homens gays, as segundas as lésbicas e os andrôginos (ou hermafroditas) se tornaram os heterossexuais. E seria por isso que estamos todos destinados a procurar nossas metades.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Devassos no Paraíso: A homossexualidade no Brasil, da colônia à atualidade
Como disseram aqui no blog, este livro é leitura obrigatória.
"Devassos no Paraíso", de João Silvério Trevisan, fala da homossexualidade em nosso país como um todo. Traça seu perfil histórico e sociológico.
A introdução discute a questão da identidade homossexual que tanto permeia esse blog, com a centralização em sê-lo no Brasil. A parte histórica começa com a inquisição e o "Deus punitivo" e segue até os anos em que a homofobia procurava na ciência a razão para se justificar. Continua com o papel do homossexual na arte, na mídia e no século XX, chegando a "manipulação da homossexualidade" pela sociedade atual. O que nos faz constatar que temos um passado, um legado, isso sem esquecer da epidemia da AIDS e do nosso papel nela. Nos apêndices, Trevisan fala mais sobre o vírus, integração social e as paradas do Orgulho.
Além das informações valiosas, o livro desperta o interesse por mostrar o absurdo que faz parte do nosso país. Só no Brasil é possível um transexual ser um sex-symbol enquanto travestis são mortos à pedradas. Só aqui há paradas de Orgulho com mais de um milhão de pessoas e campanhas políticas nos acusando de espalhar doenças.
Há críticas ao comportamento da sociedade que nos hostiliza, mas também ao mundinho gay e suas picuinhas.
Sem dúvida, o primeiro livro que um cidadão brasileiro que se interesse pela questão do homossexual em nosso país deve ter na prateleira. E não pra ficar de enfeite.
*
DEVASSOS NO PARAÍSO
Coleção: CONTRALUZ
Autor: TREVISAN, JOÃO SILVÉRIO
Editora: RECORD
Nº de páginas: 586
Preço médio: R$ 60,00
Coisa de homem...
Fiquei bege com essa!
Um garoto usou o Facebook para, se passando por menina, convencer outros garotos a enviarem fotos explícitas para ele. De posse delas, ainda se passando por mulher, os chantageou para que fizessem sexo com "seu amigo gay", ele!
Tá, agora que descobriram ele vai se ferrar e eu não vou dizer que acho legal fazer algo assim, mas sendo um pouco preconceituoso e imaginando que os sete meninos que toparam já deviam ter essa curiosidade, dá quase para considerar esse cara um gênio.
Por que assim, isso é bem coisa de homem mesmo. Quantos relatos já não ouvimos sobre garotos que abusam de meninas em festinhas, filmam a transa com a namorada, humilham o colega gay e colocam vídeo na net, etc?
Repito, condeno o que ele fez. Mas acho interessante ver isso acontecer com rapazes heterossexuais. Podem dizer que é despeito pelo preconceito deles. O caso é que sempre acreditei na teoria de uma "sexualidade livre", no sentido de que todos podemos nos interessar por quem quer que seja, apesar dos rótulos que adotamos.
Tipo, mulheres não ficam encucadas em dar um beijinho na amiga numa balada ou até transar com uma. A feminilidade não se perde. Mas no caso dos homens, o "fantasma" da homossexualidade deve ser combatido de qualquer jeito. E aí, mesmo com tapinhas na bunda e patoladas nos campos de futebol, fica aquela barreira do toque nas amizades masculinas tão profundas...
Muitas vezes, é justamente por esses tabus que garotos em grupo tendem a fazer estripulias que beiram a homossexualidade, descambam para a violência ao simplesmente terminam em crime.
Enfim, parece que o menino pode ser condenado a 300 anos por um acúmulo de crimes nessa história. Não dá para protegê-lo por ser gay, mas não sei também se um garoto hétero seria condenado a tanto tempo... resta julgar também como foram essas relações e como as pessoas que cederam a chantagem foram realmente coagidas a isso.
Como todos são jovens, me inclino a pensar que, crimes à parte, estavam experimentando. E que se a sexualidade masculina fosse menos frágil, as vítimas não teriam tanto problema assim em denunciar a chantagem ou simplesmente aceitar a proposta...
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Brasileiros HEART Travestis
De qualquer modo, Roberta Close e Kim Petras, a mais jovem transexual do mundo, são muito mais bonitas que essas moças de poucas plumas e muitos músculos. E mais naturais.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
"Você espera o apoio de alguma comunidade em especial?"
É por essas e outras que eu discordo dos intelectuais que falam mal do BBB. Quem viu o programa de hoje, 02 de Fevereiro de 2009, deve ter percebido o que o Pedro Bial queria ao fazer essa pergunta do título (e outras) ao participante Alexandre, depois de anunciar que o confessionário era um lugar de "revelar segredos".
Não acho que o Alexandre fosse salvo por se assumir gay. A questão com o Jean Willys foi outra, e não creio que se repita. Mas acho incrível que o Bial, certamente sob instruções do diretor do programa, tenha feito de tudo para fazer o cara admitir isso. Tá, eu sei que é assim mesmo, e todo mundo acha relevante saber da sexualidade alheia. Mas acho que não vou me acostumar com isso nunca.
Não tenho o que falar sobre a atitude do Alexandre. Para mim, por toda uma série de "pistas comportamentais", é óbvio que ele é o gay dessa edição. Mas como ele não disse, digamos que ele nem seja. Preferindo posar de bonzinho e fingindo que o Bial se referia a "população negra", só faz com que deseje ainda mais a sua saída, já que torço muito para a Priscila ficar bastante, já que ela é muito divertida. Um dia falo dela também, e de como a mídia está falando da moça...
Mas o caso é que somos vistos como parte de uma comunidade por esse traço em comum. É possível que uma parcela dessa comunidade até apoiasse o Alexandre por se assumir, mas isso seria o mesmo que todos os barbudos votarem no Lula e todos os maridos de atrizes no Ciro Gomes. Me impressiona é como o povo não percebe isso.
Aí o LD falou sobre o preconceito dentro da comunidade, que é algo que eu entendo, partindo desse princípio de que somos pessoas distintas, mas não aceito por que não é por aí.
Digo isso por que esse preconceito não é contra falhas de caráter (se é que isso existe), mas sim com relação a efeminados e a essa cultura marginal. "Sou gay mas não dou pinta e nem frequento o meio, e muito menos curto quem o faz" é uma das coisas mais comuns na "internet gay". Ninguém é obrigado a gostar de uma coisa ou de outra, claro, mas esse desgostar raramente é sincero. Em geral, é só um reflexo dos preconceitos com os quais somos acostumados desde o nascimento.
Como apontou o LD, é um modo de se deculpar por não poder evitar ser uma coisa da qual se envergonha. Coisa mais triste...