Quem me conhece sabe que eu sou intensamente apaixonado pelos meus ídolos. Quando gosto, gosto MESMO. E uma coisa que faz parte de mim é a admiração por mulheres fortes. Para mim, isso está claramente ligado a ser gay, pois dentro da construção filosófica da masculinidade, tudo que é aviltante no homossexual é o que pode ser definido como efeminado.
É como diz a Madonna na introdução de "What it feels like for a girl": Meninas podem usar jeans e cortar o cabelo curto, por que tudo bem ser um garoto. Mas para um garoto parecer uma menina é degradante, pois você acha que SER uma menina é degradante.
Tudo isso para dizer que eu admiro as mulheres divas. E tenho que destacar meus três estandartes de feminilidade, minhas três queridas...
A Barbie, que chegou aos 50 agora (leiam um artigo meu sobre essa história aqui) e para mim foi um marco inicial. A primeira coisa a me fazer lidar com sexualidade, simplesmente por que eu queria uma boneca e não podia ter por que não tinha nascido menina. Uma boneca que virou ícone pregando que meninas podem ser o que quiserem, de donas de casa a astronautas. E aposto, fazendo muitos meninos perceberem que eram... diferentes.
A Scarlett O`Hara (e sua intérprete espetacular, Vivien Leigh) que tendo saído da cabeça de uma jornalista, na era da depressão, é até hoje a maior sobrevivente da história do cinema. O personagem feminino mais rico, com a saga mais pungente. Uma mulher capaz de carregar o mundo nas costas enquanto sua vida entrava em colapso por causa da guerra. E isso na metade do século XIX!
E a Mulher-Maravilha, que foi a primeira super-heroína numa época onde não se pensava em uma revista em quadrinhos protanizada por uma garota. Um ser miraculoso, oriundo da mitologia, para ser a portadora da paz e da verdade num mundo assolado por guerra e injustiça, comandado por homens... nas palavras dela, o "Mundo do Patriarcado".
Pois bem, o que Priscila Pires tem a ver com tudo isso e por que ela está fantasiada de Mulher-Maravilha nesse blog? É por que a Priscila é minha favorita ao prêmio do BBB.
Quando anunciaram os participantes dessa edição, em Janeiro, todo mundo tratou de colocar a Priscila no "personagem" dela. É a gostosa. Tradicionalmente, a gostosa até fica bem na fita e chega ao segundo lugar, mas em pouco tempo a Priscila foi taxada de PIRANHA e mesmo esse segundo lugar ficou ameaçado.
Um dos argumentos (e que eu ODEIO), é que "a gostosa" não precisa do dinheiro, pois saindo da casa faz um milhão rapidamente. Ok, não é o caso da Pri, mas digamos que "a gostosa" não queira posar nua, como era o caso da Grazi Massafera no BBB5? Grazi conquistou o país, todo mundo a amava, e toda a guerra pró-gay em favor do Jean já tinha sido vencida. Mas no fim, ela ficou em segundo, pois valeu o argumento de que em pouco tempo conseguiria o dinheiro. Ok, hoje ela até protagoniza novelas, é a "BBB que deu certo" (temos também a Sabrina e a Juliana do BBB3), mas poderia não ser assim. Poderia ser como a doce Mariana Felício, do BBB6, que mesmo sendo bastante querida, sumiu da mídia.
Mas Priscila aparece na mídia especialmente pelos excessos. Pelo excesso de coxa, peito, bunda, mas também pela fome de sexo, uma atitude liberal e para espanto de todos, inteligência e equilíbrio.
Foi no maravilhoso blog Big Bosta Brasil que eu vi Priscila ser apelidada de Prianha. Os autores fazem isso com respeito, pois a admiram, e podemos ver isso no post sobre ela no blog pessoal da Lelê, uma das três cabeças do Big Bosta.
Assim como eles, eu acho o máximo Priscila ser piranha. Piranha no bom sentido. Eu não tenho o menor problema com prostituição, acho uma escolha profissional válida, mas Priscila não é prostituta. É uma moça jovem, bonita, solteira, que tem todo o direito de exercer sua sexualidade como quiser. E se ela é forte o suficiente para romper com anos e anos de um molde machista que diz que a mulher "pra casar" é de um outro jeito, merece o meu aplauso.
Esse post começou a nascer ainda em Janeiro, quando a amiga Tati Py comentou em "Opção. Um privilégio?", sobre uma menina ser chamada de galinha só por ter uma vida sexual saudável. Chega disso, gente! É tão bonito ver uma moça feliz, sem os grilos que essa educação tacanha coloca na cabeça das mulheres! Que venha uma onda de Priscilas. Que toda uma leva de meninas possa se identificar com ela e saber que podem ser o que quiserem. Freiras, donas de casa, mães, mas também cachorras do funk com roupinha de renda, bundão e pernão.
Taí a Madonna que fez o que quis e depois foi casar, ter filhos, encontrar Jesus...
VIVA A DIFERENÇA, SEMPRE!