quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Um novo ano...

E hoje o P-Files completa um ano. Mais uma vez, é época de canalizar as energias e criar esperanças, pois um novo ano vem aí, com todas as maravilhosas possibilidades que as mudanças prometem...
Para fechar o ano, foto do casal Alex Freyre e Jose Maria di Bello, que se casaram na Terra do Fogo, tornando-se o primeiro casal gay a fazer isso na América Latina.

2010 vem com boas promessas, já que além do show da Beyoncé (e o ingresso tá na mão, minha gente...), já temos os primeiros indícios de um show da Lady Gaga, em Maio. Abaixo, fotinho dela com a querida Cindy Lauper, em campanha da M.A.C Viva Glam em prol das pesquisas sobre AIDS.

Por fim, um vídeo da primeira cena de sexo gay numa novela americana do horário diurno, só para mostrar que até eles já passaram pela barreira do beijo gay:

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Oh Hollywood...


Tem uma piadinha que diz que o coletivo de viado é elenco. Aqui não somos tão sensíveis com esse tipo de coisa, por entender que preconceitos existem e não podemos ver nossa sociedade pelos nossos olhos, e sim como ela é. Enfim, todas as idéias nascem por algum motivo (onde há fumaça...), então podemos admitir que gays e o showbiz (e a arte em geral)tem mesmo muito em comum. Vamos à notícia...

Em 12 de Fevereiro estréia nos Estados Unidos o filme Valentine`s Day, uma comédia romântica que mostra cinco casais enquanto eles celebram o dia dos namorados em Los Angeles. Não sei se a estréia no Brasil será adiada até Junho, mas o que chamou a atenção na mídia de cinema (e motivou o post) foi a exclusão do casal gay no trailer do filme.

Bradley Cooper interpreta um homem apaixonado por um atleta enrustido interpretado por Eric Dane.

A questão é se é realmente impossível fazer propaganda de uma comédia romântica assumindo que existe um casal gay, como se a população fosse sair correndo do cinema ou propor um boicote. Um caso citado foi o do filme A Single Man, estréia na direção do estilista Tom Ford que conta a história de um homem gay, interpretado pelo suspeito Colin Firth (que provavelmente será indicado ao Oscar), baseado na obra de Christopher Isherwood, autor gay.
O diretor diz que o filme é universal, não um filme gay.

Eu entendo essa posição, já que é muito chato (para nós) vivermos a vida toda sob a égide da homossexualidade, como se orientação sexual fosse a coisa mais definidora do mundo, mas é complicado fingir que não está ali, quando é parte do assunto da obra.

Ainda sobre filmes, eis minha opinião sobre Do Começo Ao Fim.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Reloading?

Pois é, um mês sem postar. A votação no site do Senado Terminou indicando que a maioria é contra a aprovação do PLC 122/2006, mesmo que a idéia seja proteger as pessoas. É triste que por causa da associação com Homofobia, o fato do projeto proteger idosos e deficientes passou batido. E onde fica a nossa posição contra reacionários-fanáticos-moralistas quando provavelmente a comunidade se engajaria mais caso a votação fosse patrocinada pela Apple e contasse com show da Britney para fazer campanha?
Em poucos dias esse blog completará um ano. Esse lapso aconteceu por muitos fatores, alguns de ordem bem prática como falta de tempo, trabalhos e estudos, outros de ordem emocional como desentendimentos, rompimentos e novas relações.
O certo seria colocar links para notícias relevantes e tentar fazer um resumo do que vem acontecendo na cena, mas fica para 2010. Eu até tinha separado coisas dignas de nota nas abas do navegador, mas ontem fiz a hostess na minha tradicional festa natalina, computador dando sopa e em pouco tempo lá se foram as abas para o limbo cibernético...
Mas resumindo, o Flamengo tem uma presidente, o que eu achei muito inusitado (vocês sabem, há toda uma turba de homofóbicos prontos para acrescentar misoginia a seus currículos de botequim, numa postura até estranha, já que teoricamente esses homens gostam de mulher... aham).
Um jovem gay foi brutalmente assassinado em Porto Rico, fazendo com que o nativo mais famoso, Ricky Martin, se pronunciasse sobre o caso (sem aproveitar para se assumir).
Leila Lopes se matou com finesse, deixando uma carta de despedida muito sã, onde se dizia cansada. Suicídio é outro daqueles tabus que fazem a classe média estufar o peito com seus valores, mas a vida era dela, ela não quis ficar velha, estava com saudades da mãe, já tinha rodado o mundo... Deixou o enterro pago, o que é elegante.
Lady Gaga foi escolhida a mulher do ano pela MTV, o que me parece bem óbvio, já que ninguém brilhou como ela em 2009. Com meu ingresso comprado para bater cabelo em frente à virilha da Beyoncé em Fevereiro, minha lista de shows pop estaria completa, não fosse justamente o advento glorioso de Gaga e sua genialidade kitsch.
Voltando ao futebol, Richarlyson é mais uma vez motivo de chacota, agora que colocou um aplique nos cabelos. É uma pena que a torcida de seu próprio time (é o São Paulo, né?) crie tanto caso, quando o clube segue com postura tão profissional, cobrando do atleta que ele faça seu trabalho e pronto. Pode parecer que a solidariedade é por que eu sou gay, mas se o cara está fazendo o trabalho dele direito, ele podia ser gay, ser cego, ser roxo e ninguém tem que falar nada.
Enfim, vamos ver se agora retomamos o ritmo. Vai ajudar muito se nosso bolão da Mega Sena der certo e pudermos postar ricamente via iphones com penduricalhos Tarina Tarantino.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Votação Online

Mais um fim de período, mais uma ausência prolongada.
Como o período ainda não acabou... tenho que ser rápido.

Acredito que alguns já saibam sobre o projeto de lei PLC 122/2006 que criminaliza a homofobia e sobre a votação no site do Senado Federal - na coluna direita. Esse projeto que agora também protege pessoas que sofrem preconceito por serem deficientes ou idosas. O que alguns podem não saber é que essa eleição online está realmente sendo vista por quem faz o site porque quando eu soube dessa votoção a mais ou menos um mês não tinha o código verificador para confirmação do voto e acredito que essa medida tenha sido tomada para evitar que spams sejam utilizados.

Eles nem deviam estar esperando tantos votos assim em um site oficial do governo. Eu voto quase todo dia e espero pra ver o que toda essa disputa online pode acarretar. A votação está sempre MUITO acirrada - 49%-51% geralmente. Então dê uma lidinha no projeto de lei, pesquise, decida e VOTE.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Depois não sabem por que eu tenho PAVOR da China...


Como se não bastasse a capacidade de tirar o planeta do eixo com um pulo sincronizado...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Bad Romance

Lady Gaga é doida, e por isso mesmo genial. Vejam o clipe de sua nova música, já tão especial para mim:

terça-feira, 10 de novembro de 2009

A Deusa entre nós...

Pois é... mais uma vez, por tempo limitado, estou indo dormir na mesma cidade que a Madonna.

Recentemente, ela foi chamada de DEUS, por alguém para quem ela com certeza é muito mais onipotente e concreta do que qualquer crença. Falem o que quiser, mas ela está fazendo algo pelos outros, né?

Eu já a tinha chamado assim antes, quando ela fez por mim o que faz pelo mundo com sua arte e me emocionou, e certamente ela é uma deusa para o seu homem, já que transformou a vida dele no que só pode ser descrito como um milagre.

Madonna conheceu a sogra (que bonitinho) e veio à cidade para falar com o Governador e o Prefeito sobre projetos sociais... será que sua divindade fará algo pelo Brasil e pela cidade olímpica? Há boatos de um show beneficente, de um para celebrar o jubileu de Brasília... Isso sim me interessa, mas com a Copa, as Olimpíadas e o bom momento econômico, parece que finalmente estamos no mapa, e pode ser que Madonna realmente consiga ajudar alguém por aqui...

Quem sabe ela não adota uma criança brasileira? Meu lado romântico torce pelo namoro como Jesus. Daqui a pouco completa um ano, e quem sabe essa relação não faz com que ela se interesse mais pelo Brasil? Se estivermos inclusos em todas as turnês vindouras, será um novo milagre...

Deixo-os com os versos de uma música dela, que se encaixa bem nesse fim do meu antigo relacionamento:

MILES AWAY

I just woke up from α fuzzy dreαm
You never would belıeve the thıngs thαt I hαve seen
I looked ın the mırror αnd I sαw your fαce
You looked rıght through me, you were mıles αwαy

Αll my dreαms, they fαde αwαy
I'll never be the sαme
If you could see me the wαy you see yourself
I cαn't pretend to be someone else


You αlwαys love me more, mıles αwαy
I heαr ıt ın your voıce, when you're mıles αwαy
You're not αfrαıd to tell me, mıles αwαy
I guess we're αt our best, when we're mıles αwαy
So fαr αwαy, so fαr αwαy, so fαr αwαy, so fαr αwαy
So fαr αwαy, so fαr αwαy, so fαr αwαy, so fαr αwαy

When no one's αround αnd I hαve you here
I begın to see the pıcture, ıt becomes so cleαr
You αlwαys hαve the bıggest heαrt
When we're 6,000 mıles αpαrt

Too much of no sound
Uncomfortαble sılence cαn be so loud
Those three words αre never enough
When ıt's long dıstαnce love

I'm αlrıght
Don't be sorry, but ıt's true
When I'm gone, you'll reαlıze
Thαt I'm the best thıng thαt hαppened to you


Quanto ao meu novo relacionamento, é cedo para músicas.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Alcione, MV Bill e Direitos Humanos

Eu, obviamente não fui à parada. Não acho que ninguém deva ir, mas não gosto de bloco de carnaval, micareta ou afins. Se fosse uma marcha é mais provável que eu fosse.

Mas não é por isso que eu não posso participar dos outros eventos que ocorrem no calendário da Parada do Rio. Na última sexta-feira (30.Out) pela primeira vez fui na entrega do Prêmio Arco-Íris de Direitos Humanos. Fui com uma amiga hétero, meu namorado, e um amigo estrangeiro gay, mas na platéia tinha vários senhores de idade, jovens, pessoas de todas as classes e cores. Confesso que o coquetel anunciado na programação ajudou a ida de todos, assim como a simbólica quantia de R$1,99.

O prêmio elege personalidades, instituições, empresas e pessoas que se destacaram na promoção dos direitos de LGBT ao longo do ano. Problemas de produção à parte, foi MUITO legal. Eu que não acompanho tanto assim o que ocorre com todos os envolvidos da sigla LGBT fiquei feliz em saber que algumas poucas pessoas ainda fazem da sua vida uma luta por por direitos não somente individuais, mas de muitos outros que por quaisquer motivos não embarcam na luta. Aqui está a lista completa dos premiados.

MV Bill ganhou o prêmio na categoria Atitude pelo seu DVD Despacho Urbano onde utilizou cenas da Parada Gay do Rio . Durante o agradecimentou ele rappeou (?) a música "Só Mais um Maluco". Vale a pena dar uma conferida no vídeo de agradecimento. O discurso dele foi um dos meus favoritos.


"E a Alcione?" Essa foi a pergunta que meu namorado fez. Ele não sabia que ela era tão querida do público gay. A minha teoria é que músicas como "Ou Ela, Ou Eu" e "Além da Cama" por serem músicas em que obviamente a intérprete faz o papel de amante, que mantém um relacionamento não assumido socialmente, têm um forte apelo para gays e trans que muitas vezes levam relacionamentos longos às escondidas. Já vi alguns transformistas cantando músicas dela. Vale notar que as pessoas que compuseram essas músicas são homens. E o verso da primeira diz: "No aperto de mão, meu olhar vai pro chão pra ninguém perceber". Se fosse uma mulher não seria beijinho no rosto?

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A Parada do nosso amor...



Num dos anexos de seu glorioso Devassos no Paraíso, João Silvério Trevisan fala sobre as paradas gays e seu impacto em nossa vida social e representação política. O anexo se chama "A parada do nosso amor". Sempre gostei do título, pois é essencialmente isso mesmo, uma parada (do/pelo/em prol do) nosso amor.

Ontem, o Rio teve sua 14ª Parada, e mais uma vez eu tive a confirmação de que mesmo com a festa, este é um evento político de importância única, que para mim representou uma redenção e um recomeço.

A simples visibilidade já é significativa, mas no Rio temos um governador que apóia e comparece ao evento (e até dança...). Sem conseguir fugir de citar a vitória olímpica, Sérgio Cabral discursou e apoiou o evento, terminando com o óbvio: Se um homem gosta de outro, é problema só dele...
Nosso prefeito prometeu aumentar os recursos para o evento, que é tão benéfico para a cidade, e criar uma coordenadoria para promover o desenvolvimento de políticas públicas para a população GLBT.
Os trios mandavam o recado da igualdade e da tolerância, e uma religião sem preconceitos fazia divulgação (enquanto uma outra tentava nos convencer de que "a mulher é para o homem, segundo a vontade de Deus", e viva a diversidade de opiniões).

Choveu do início ao fim, mas isso não desanimou o povo. Hoje, veio a coroação. Apesar de ainda ser um título discutível, as preces do meu homofóbico detrator virtual não deram em nada (Deus devia ter mais o que fazer...), e o Rio foi escolhido como o melhor destino gay do mundo. Isso é ótimo para a cidade olímpica, pois mesmo que ainda estejamos longe do ideal, é mais um estímulo para chegar lá (o melhor destino americano é Nova York, and boy, we WILL be together again!).

Distribuição de camisinhas, divulgação de Do Começo Ao Fim e tivemos um evento pacífico, bonito, significativo e divertido. Um sucesso.

Para mim, um novo ciclo. Sete paradas atrás, eu estava feliz da vida, pois finalmente tinha encontrado alguém para chamar de meu. O Brasil era penta, e a alegria generalizada só fez da parada uma festa maior. Redescobri um amigo de infância e revi o L.D, que logo se tornaria tão fundamental para minha vida. Tinha esperanças... Nesse ano, foi um recomeço. Talvez a chuva tenha servido para "lavar a alma".
Não gosto dessa idéia de "Lei do retorno", acho simplista, como quase todas as teorias que buscam confortar o povo. Se Deus não existe, EU sei bem que o meu antigo relacionamento teve muitos momentos felizes, mas claro, foram os ruins que o levaram ao fim, e talvez eu tenha sido recompensado por eles... O meu piercing no nariz está de volta. Involução? Prefiro pensar que é uma aliança. Depois de anos, eu finalmente posso voltar ao que era, sem perder o que aprendi no caminho. Relacionamentos são complicados, pois é difícil se adaptar a uma pessoa nova, desconhecida, que de súbito fica tão próxima. É preciso se comprometer, mudar... e não me arrependo de nenhuma mudança que tive. As reversíveis não eram mudanças verdadeiras, então basta retomar o que havia de bom no meu antigo eu, tão jovem, e adicionar a experiência desses sete anos. Talvez as energias da compensação tenham agido para que eu estivesse preparado para recompensa, pois eu tenho certeza que sou uma pessoa melhor agora, muito mais merecedora desse novo amor, desse novo tempo, desse recomeço...

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Associação de idéias...

Aí, o tópico da semana foi a declaração do governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), associando o câncer de mama masculino às paradas gays.

Me lembrei de quando não podia brincar de boneca para não "virar" gay. É impressionante como esse povo preconceituoso faz as mais mirabolantes associações... Por que assim, se estivessem falando de AIDS, tudo bem, seria ridículo e muito preconceituoso, mas há um estigma, e poderia-se dizer que as paradas estimulam promiscuidade, enfim... Mas nesse caso, não há nenhum tipo de linha lógica a ser seguida! Como pode passar na cabeça de uma pessoa teoricamente estudada que um tipo de câncer vá se desenvolver por causa de um desfile?

Aí, claro, algum assistente redigiu um comunicado para a Fátima Bernardes ler, onde o governador diz que "era tudo brincadeirinha" e, como sempre, que a militância gay está agindo com muita severidade... Fiquei pasmo com essa história toda!

O bom é que o mais prejudicado é ele mesmo, né? Como idéia tão absurda jamais será considerada, fica o registro de um episódio ridículo e de um político (que deveria ser ao menos hipócrita e saber o que não dizer...) que passou atestado de ignorância em âmbito nacional.
*
Lembrete: Nesse domingo é a 14ª Parada do Orgulho Gay do Rio (e a primeira onde estarei livre, leve e solto...), não percam!!!

sábado, 24 de outubro de 2009

O Nobel da Guerra mobiliza o Império...


Então Barack Obama ganhou o Nobel da Paz e muita gente se perguntou o por que... É claro que todo mundo sabe que independente de qualquer atitude, o prêmio foi dado por que não existe um Nobel da Guerra para premiar o Bush, mas muita gente chiou.

Obama foi eleito como um salvador, para o cargo mais importante do mundo, e todo mundo esperava um milagre. Eu sempre fui contra essa idéia de que "presidente é rei", e que basta colocar um homem numa cadeira e ele sozinho resolverá tudo, mas perto de completar um ano de governo, a administração Obama está cada vez mais impopular...

O primeiro grande problema foi a crise econômica, que embora já esteja praticamente resolvida, deixou o Império Americano mais fraco do que nunca. Agora, a pressão é para o cumprimento das promessas de campanha, e aí entra a comunidade GLBT, que votou expressivamente em Obama e agora se sente abandonada ao ver que quase nada acontece...

No dia 10, o gramado do "The Mall" em Washington foi coberto por uma multidão de pessoas, numa daquelas manifestações que fazem a história dos Estados Unidos (e cenas de Forrest Gump). A "marcha nacional pela igualdade" contou com a presença de famosos e discursos emocionados e emocionantes. Três dos quais estão abaixo:

Lady Gaga, Diva, falando pelos jovens.

Cynthia Nixon, maravilhosa, dizendo lindamente que se uma classe de cidadãos não tem direitos, ela é evidentemente vista como inferior pelas outras, que então se sentem livres para o ataque.

Judy Shepard, a mãe do jovem Matthew Shepard, vítima da violência anti-gay, lembra que o presidente só pode agir com a ajuda do povo e que ninguém tem o direito de dizer de que forma devemos amar.

A vitória veio com a aprovação do projeto de lei contra crimes de ódio, batizado em homenagem a Matthew Shepard, que é efetivamente a primeira lei a proteger a comunidade GLBT estadunidense em âmbito nacional. Só falta o Obama assinar, e finalmente ele terá saído do marasmo e merecido o prêmio, que muitos críticos disseram ter sido o primeiro Nobel "preventivo", pois serviria justamente para dar a Obama o estímulo necessário para agir... Vamos ver.

Uma amiga me disse que muito do que é comentado aqui é sobre os EUA, e é claro que isso é em parte culpa da minha americanização assumida, mas o caso é que não há muita coisa a dizer sobre nós por enquanto. Quem sabe se aqui a gente se mobilizasse para ocupar as ruas de Brasília e exigir igualdade?

Bom, para não dizer que nada acontece, dia 01 temos a Parada do Orgulho aqui no Rio. Independente da festa, é também um ato político e por isso mesmo, válido.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Muito trabalho e filmes...


Pois é pessoal, depois de um Agosto ativo, passamos setembro parando e outubro congelados, mas como disse o L.D, estamos de volta! Minhas desculpas são o trabalho puxado, crises na faculdade e uma maratona louca para ver o máximo de filmes do festival do Rio possíveis. É triste, mas acabei dando mais atenção ao Ambrosia, e você podem ler minhas resenhas completas sobre os filmes que vi .

Comecei o Festival vendo o maravilhoso "Eu Matei Minha Mãe", que eu nem sabia que tinha um personagem gay, já que não fazia parte da mostra específica... para mim pelo menos, não teve como não me identificar com a história de amor e desentendimento de Hubert e sua mãe...

Segui com "Fúria", sobre políticos americanos enrustidos, e adorei ver o Ney Matogrosso em "Depois de Tudo".

Me emocionei bastante com a ópera documentário "Arvores com Figos", que fala da AIDS com tanta leveza. Um grande acerto na mostra foi "An englishman in New York", sobre o delicioso Quentin Crisp, e "Ander" foi uma ótima surpresa. As decepções foram "Boy", que é bem chatinho, e "Humpday", que não é tão engraçado ou ousado quanto prometia...

Na premiére Brasil, gostei muito de "Sonhos Roubados", e meio que por acidente assisti um tocante documentário sobre o domínio do Tibete pela China (evidentemente, fora da premiére Brasil...), "Fogo sob a Neve".

Sem dúvida, uma das grande alegrias foi ver o hilário "Matadores de Vampiras Lésbicas", e os outros filmes que vi podem ser conferidos na lista do Ambrosia. O caso é que aproveitei bem o festival de cinema, podendo gritar a plenos pulmões que "cinema é a maior diversão", sem medo de "chover no molhado".

Pra semana eu comento o Nobel do Obama, a marcha nacional pela igualdade nos EUA, casos curiosos, e a violência na cidade sede das olimpíadas 2016. Fazer o que, né? Tanto tempo sem postar, vamos ter que correr atrás...

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Eu tive um sonho ou We're back!

Estágio novo, Festival de Cinema do Rio, trabalhos cansativos e acabamos nos afastando por quase um mês. Para os que sentiram falta: obrigado! Para os que nem repararam ou se importaram: estamos de volta e com ganas de melhorar.

Mais uma parada do orgulho no Rio, mais uma parada proibida pelo preconceito de seus governantes - dessa vez em Caxias. E eu continuo pensando em que diabos estavam pensando quando nomearam a cidade do Rio como um dos melhores destinos gays. Esse povo nunca ouviu falar na palavra coió.

Todo gay da cidade conhece alguma história ou conhece alguma vítima. Tudo bem, acontece em muitas cidades e é por isso que eu fui no site e votei na Argentina. Se é pra votar num país latinoamericano que seja lá. Pode ter coió na Argentina, mas lá gays podem casar, com ressalvas, mas podem. Além de tudo os argentinos investem no turismo gay enquanto aqui no Rio a única propaganda que atrai gringos são as promessas de belos descamisados na praia.

Eu não estou reclamando, as coisas são como são, por ora. E foi isso que eu lembrei enquanto escutava a linda música da Gwen Stefani sobre segregação racial. Na música há trechos do discurso do Martin Luther King e confesso que fiquei emocionado ao perceber que o sonho dele nunca esteve tão próximo quanto agora com a eleição do Barack Obama.

Fico triste em pensar que talvez eu também não viva para ver o sonho de direitos iguais para todos sem distinção, também, de orientação sexual no Brasil. Mas tenho certeza de que quando a hora chegar alguém ficará tão feliz quanto eu...


sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Novos ciclos...

Pois é, não há mal que sempre dure, então acho que o meu inferno astral deve mesmo ter chegado ao fim, por que esta é a única explicação para as duas notícias abaixo:

Melanie B confirma no Twitter que as Spice Girls vão se reunir novamente

Filme live-action da Barbie encontra estúdio

Não há palavras...

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Sobre o fetiche da conversão

Acontece com qualquer um. Você conhece aquele alguém que atende todas as suas mais loucas exigências (geralmente) físicas. Mas infelizmente nem se é reparado porque a orientação sexual é diferente da que gostaríamos. E o que fazemos então? Aceitamos como mais uma ironia da vida? Não, não. A gente insiste. Talvez ele não tenha reparado como "eu sou" inteligente/gostos@/bem-humorad@/estilos@ e tantos outros predicados.

Difícil dizer porque alguns homens e mulheres teimam em achar que alguns homens podem ser "convertidos" e que podem mudar de orientação sexual. O fato é que acontece, e eu gostaria de dividir algumas opiniões sobre o assunto com vocês. Só gostaria de deixar claro que em momento algum quero dizer que seja possível algum tipo de conversão em algum sentido definitivo da coisa.

Talvez porque na nossa cultura faça parte do papel social feminino ser atraente tanto física quanto intelectualmente para os homens (mesmo que isso signifique ser mais burra), quando mulheres e gays encontram um homem que eles não conseguem atrair (de jeito maneira) talvez isso mexa com a nervos dos que se sentem mais confiantes - por se acharem irresistíveis - e inicie um complicado jogo de conquista com o objetivo único de não passar despercebido ou ser rejeitado.

Outra possível explicação poderia ser, também, o fato de que na nossa sociedade o homem seja direcionado a valorizar mais os estímulos sexuais/sensoriais físicos do que os emocionais/psicológicos o que o tornaria mais sexualmente "flexível" do que as mulheres que supostamente precisariam de um vínculo afetivo que requer táticas mais complexas e aleatórias que estímulos físicos/sensoriais. Isso sem mencionar que rapazes tendem a valorizar mais o número de conquistas sexuais que as moças. O que justifica sexo por sexo tanto para homens héteros quanto para homens gays, mas o que não quer dizer que fazer sexo com uma pessoa de orientação sexual diferente muda a percepção do mesmo sobre a sua própria orientação.

Não tenho como dizer que nunca desejei ter um corpo bonito o suficiente que fosse capaz de enfeitiçar/atrair até homens (que se consideram) héteros. Mas nunca passou, pra mim, de um fetiche, que se concretizado só poderia me trazer dor de cabeça, já que a idéia de convencer alguém sobre a sua própria sexualidade nunca me pareceu tão atraente assim.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

National Pride

Olhem que interessante a coluna de ontem do Mauricio Stycer.

Taí uma coisa na qual eu sempre pensei. Não por ser anti-nacionalista não, mas sim por que esse tipo de comportamento é ridículo.

Me marcaram três momentos. O primeiro no show da Madonna de 1993, quando ela vestiu uma camisa do Flamengo, para delírio da multidão, enquanto tentava falar meia dúzia de palavrões em português. Legal, todos os artistas decoram algumas palavras para mostar simpatia mas e daí? Escutar a nossa língua sair da boca da Madonna faz com que ela soe melhor em que? Isso se repetiu no show dela no ano passado, com a camisa da seleção. Grandes coisas.

Outro momento interessante foi no show da Briney Spears, no Rock in Rio de 2001, quando a bandeira americana foi vaiada e vários comentaram que ela deveria ter exibido uma bandeira do Brasil. Pergunto: WHY? Britney Spears por acaso é brasileira?

Tenho certeza que nenhuma das pessoas que vêem shows internacionais como palco para nacionalismo topariam abraçar a bandeira dos EUA num show em Nova York, de onde se conclui que a homenagem só pode ser feita ao Brasil, e nunca retribuida...

Eu, héin!

domingo, 13 de setembro de 2009

It was acceptable in the eighties... it was acceptable at the time!

Todos que lêem o blog sabem como eu admiro o look dos anos 80. Há coisas absurdas, mas o exagero tem personalidade, e os anos noventa me parecem só cafonas, já que a década anterior era cafona sim, mas com estilo.

Falando em estilo, está sendo gravada em Nova York, nesse momento, a sequência cinematográfica de Sex and the City, e em flashbacks de vinte anos atrás, vemos as garotas como chegaram a NY: cheias de estilo, mas nos anos 80!


quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Are babado!

Essa semana está super difícil postar alguma coisa. Nem a última semana da novela eu consigo ver.

Mas não posso deixar passar em branco assim... Encontrei essa foto no orkut de um amigo e achei o MÁXIMO.

Por mais que eu saiba que esse final é tão irreal quanto a Luciana Gimenez ganhar o Nobel, a iniciativa da foto foi legal e se a Globo deu permissão pra isso, PARABÉNS!

Are Baba!

domingo, 6 de setembro de 2009

Transgêneros, TV e Talento

Poucas são as vezes em que membros da comunidade LGBT aparecem de forma positiva na televisão e no caso dos transgêneros, em geral, a probabilidade disso acontecer é ainda menor. Comumente qualquer pessoa que quebre o código social dos gêneros só aparece na mídia como fonte inesgotável de piadas, muitas das quais incrivelmente depreciativas.

Sei que muitas das vezes são transgêneros que conseguem um espaço na mídia pelo seu senso de humor e capacidade de rirem de si mesmos. Mas dificilmente vemos transgêneros representados com naturalidade ou mesmo a entediante assexualidade de gays e lésbicas de novela.

No entanto no último mês bombaram na internet vídeos de dois reality shows onde dois transgêneros se mostram como fortes concorrentes em competições de talento.

A primeira é a dançarina Leyomi do grupo de dança Vogue Evolution que participa de uma competição da MTV americana para escolher o melhor grupo de dança dos EUA.


Já o segundo vídeo foi tirado do programa brasileiro Ídolos daquela emissora de índole...



Em ambos os vídeos a questão da sexualidade é posta em segundo lugar. O destaque, e impacto incial fica por conta do talento, tanto de Leyomi quanto da Lívia Mendes.

Agora é acompanhar a condução da abordagem do assunto nos programas. No MTV eu não duvido que isso não gere conflito nenhum, mas em se tratando daquela emissorinha lá, não ficaria assustado se o número de votação para a Lívia fosse surpreendentemente desconectado numa final...

sábado, 5 de setembro de 2009

Amor, sexo e pais homofóbicos... ou"Tranformei meu filho em bicha?"

Na sexta passada teve a estréia de "Amor e sexo", novo programa da Rede Globo, apresentado por Fernanda Lima. Nos moldes do "Altas Horas", mas centrado em sexo, ainda não vi muita coisa para dar uma opinião conclusiva, mas acho legal termos um espaço para falar do assunto na emissora.

Além de joguinhos e matérias, o programa conta com uma sexóloga para responder as perguntas do público com embasamento, e o politicamente correto e a modernidade vão garantir que as posições oficiais sejam sempre gay-friendly. Mas é claro, num programa que recebe ligações externas e faz pesquisa na rua, temos que tudo...

No programa de hoje, um pai preocupado ligou para dizer que seu filho é homossexual, e queria saber se pode ter contribuído para que ele optasse por isso, e se há algum tratamento que possa reverter isso.

A doutora falou lindamente sobre como a homossexualidade não é uma doença, e que uma reversão da condição não deve ser buscada. Falou de amor e aceitação, e de como os pais podem afetar seus filhos com uma rejeição do tipo. Depois, foi exibida uma pesquisa nas ruas, com uma maioria de respostas positivas, embora muitos tratem da orientação sexual como algo opcional. De maneira realista, falou-se da surpresa e do choque inicial, mas o amor saiu ganhando como argumento. Uma exceção foi um senhor (que eu nem achei o mais másculo da paróquia...) dizendo que não aceitaria ter um filho gay, pois isso seria sinal de que não o criou bem.

Ok, eu posso ser pouco nobre, mas quando escuto algo assim, tal é a minha revolta que só penso em homicídio mesmo...

Recentemente tivemos a polêmica daquela pseudo-psicolóloga, Rozângela Justino, que disse ter "curado" vários gays, e que se sentia ameaçada pela "militância gay nazista". O assunto acabou passando sem menção aqui no blog, acho até que por ela ter recebido o CHAMADO divino quando comprou um disco do Chico Buarque que veio com músicas de louvor no lado B (um milagre, é claro).

Pode ser também por que eu acho que as pessoas devem ser livres para procurar o que julgarem certo, inclusive uma reversão de seu desejo sexual, ainda que eu só possa concluir, pela minha vivência, que tal esforço é ridículo.

Vou reproduzir abaixo um trecho da carta à psicóloga publicada por Jean Willys:

É possível que os oprimidos se identifiquem com a ideologia de seus opressores mesmo sem terem consciência disso. É por isso que podem existir negros racistas e homossexuais moralistas. E é por isso também, minha senhora, possível que muitos homossexuais que não resistam às pressões e violências diversas impostas pela ordem em que vivemos tenham procurado seu “consultório” em busca de “cura” para a homossexualidade. A este comportamento nós chamamos de homofobia internalizada. Se a senhora fosse uma psicóloga competente e ética, saberia que os objetivos de uma terapia psicológica não podem ser definidos em termos de mudanças de comportamento do paciente. A cura no sentido de restabelecimento do estado anterior a uma doença é um privilégio da medicina e só existe para patologias provocadas por vírus, bactérias ou fungos ou por disfunções orgânicas e hormonais ou, ainda, para certos tipos de câncer. Homossexualidade não é doença, logo, não precisa de cura.

Fica o recado para os pais preocupados então (o que ligou para o programa já teve resposta). Amem seus filhos. Um filho é uma pessoa diferente de você, com quem não necessariamente você vai se identificar, com idéias próprias que não necessariamente você vai apoiar. Cabe, então, o viva e deixe viver. O respeito. E isso já requer uma grande quantidade de amor.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Going GaGa over Lady!

Bom, eu ainda não consegui realizar o projeto de homenagear as grandes divas da minha vida aqui no blog, e nem começaria por ela, mas tenho que dizer: EU AMO LADY GAGA!



Pop é pop, então não quero discutir originalidade ou conteúdo em sua obra. O que me atrai é o flerte com o kitsch, a estética gay e oitentista, forte também na deusa Kylie.
Mas o post é só para comentar esta notícia:

Lady GaGa declarou que o ponto alto de sua carreira foi atingido em um show de Nova York, com dois homens fazendo sexo na platéia, que incluía Madonna. A cantora disse ainda ter tudo o que sempre quis com isso, e que jamais viraria as costas à comunidade gay que, segundo ela, é a razão por ela estar onde está hoje.

Eu concordo com ela, até por que grandes divas são feitas por seus admiradores. A postura gay-friendly, as letras ambíguas e sexualizadas também ajudam, e OH MY GOD! Como eu gostaria de transar num show dela, com a Madonna do meu lado (ou num da Madonna com ela ao meu lado...)!! Dificilmente alguma situação pode ser mais gay do que essa...

Bom, teve o caso do chiuaua de brinco rosa roubado por um homem com uma tatuagem da Britney Spears, mas aí já é outra história...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Was about fucking time!

Nunca usarei este ou qualquer outro espaço para promover a violência. Sim, sou humano, e mesmo como "gay modernoso", tenho minhas intolerâncias, sinto raiva, me vingo, e sou capaz de muita coisa. Mas em linhas gerais, não apóio a violência.

É lógico que mais cedo ou mais tarde os homossexuais reagiriam à violência a que somos expostos todos os dias de forma violenta. O próprio levante de Stonewall começou assim, com uma reação violenta à opressão.

Mas em Pittsburg, Filadélfia, um grupo denominado "BASH BACK" prega que se dê o troco no Estado opressor e heteronormativo. Não, não é um episódio da quarta temporada de "Queer as Folk"...

O grupo diz lutar pela liberação, se colocando contra a opressão do Estado e qualquer forma de governo. Admite e valida a luta GLBT, mas considera o desejo por instituições como o casamento mero simulacro da heterossexualidade, reproduzindo as normas de uma forma de poder heterossexual.
Eles são contrários ao que chamam de "Sistema binário de gênero", que classifica as pessoas em macho e fêmea. A maioria dos membros não se classifica assim, ou diz ser os dois. Anti-sistema, anti-militarismo e anti-casamento para qualquer um, o que eles apóiam é a auto-determinação do gênero, muito sexo e pornografia, e o confronto como primeira resposta à violência.

"Não estamos tentando mudar a cabeça das pessoas; nem tentamos forçar heterossexuais a nos dar liberdade. Estamos revidando," diz Tristyn Trailer-Trash, membro do grupo. "Vamos parar com a pregação de ódio, parar com a criação de um ambiente pouco amistoso para pessoas gays e trans. Não vamos ser bonzinhos com isso - eles não têm sido!"

Apesar do discurso, a violência do grupo é mais psicológica, com protestos, passeatas, beijaços e vandalizações em igrejas evangélicas, eventos políticos anti-gay e coisas do tipo.

Será esse o único caminho para conquistarmos nossos direitos? Revoltas e protestos já funcionaram para outros grupos, então é um caso a se pensar...

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Racismo X Homofobia

Ontem eu vi no metrô um garoto com uma camisa onde se lia "NEGRO". Sem grandes surpresas o rapaz era negro...

Por mais que eu compreenda que tal demonstração de orgulho vem em resposta ao sentimento de vergonha presente por gerações, eu acho um pouco sem sentido, pois só serve para re-afirmar a diferença. Isso me parece contrário ao discurso de igualdade que defendem algumas das minorias sociais.

Eu como negro e gay não sinto necessidade de afirmar constantemente meu orgulho, mas quando o faço é em circunstâncias bem diferentes. Sendo negro, não preciso de camisas, gestos ou linguajar para que todos percebam o tom da minha pele e o fato de cultivar um black não quer dizer necessariamente que eu sou um negro mais orgulhoso que qualquer outro. Simplesmente quer dizer que eu sou obrigado a cuidar e me preocupar com o meu cabelo. Talvez diga que gostaria de ser a Beyoncè quando danço suas músicas com o B Fab.

Semana passada eu descobri um blog que fala sobre duas coisas que motivaram esse post, a dificuldade sobre aceitar a diferença, e sobre alguns dos conflito que ser negro e gay podem trazer em nossa sociedade.

Quando se é negro, sua família muito provavelmente é negra, então você só passa a se entender como diferente quando conhece o outro. Isso significa que você nunca se vê tão destacado das outras pessoas por haver outros iguais a você desde a infância.

Agora quando se é gay, dificilmente se está numa posição onde existam pessoas iguais a você ao seu redor. E até você encontrar essas pessoas, que te fazem perceber que você não é tão diferente assim, é difícil compreender e aceitar tudo que ser gay significa.

Enquanto racismo se aprende fora de casa, muitos são apresentados à homofobia desde sempre. Não estou querendo dizer que a homofobia é pior que o racismo. Longe disso, ambos matam e ambos devem ser combatidos. Só que enquanto no racismo existe conforto na família, na homofobia muitas vezes não. O que significa que durante o processo de descoberta e aceitação da sexualidade muitos se vêm sozinhos e isolados até da própria família. O que me parece ter efeitos psicológicos ainda mais graves.

Felizmente existe o exemplo de famílias que superam preconceitos e aceitam seus filhos e irmãos e os apóiam incondicionalmente, como foi apresentado no Profissão Repórter dessa semana(23/08/09), que mostrou o caso de um casal lésbico que decidiu ter filhos. Confesso que chorei vendo a história delas. Teve selinho, parto, choro, revolta... Vale a pena conferir.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Twitadas desastradas e Tele-realidade

Orkut, Facebook, Twitter. Eu tenho um conta em todas as ferramentas socias, mas me mantenho fiel mesmo ao Orkut, por que a preguiça de mudar alguma coisa é um ENORME defeito meu.

O Twitter, para mim, ainda não "pegou". Eu não consegui configurar o perfil para acessá-lo do celular (nem sei se conseguiria isso com o meu celular pobre...), e se é para entrar na internet, fazer login e escrever alguma coisa, melhor fazer por aqui, né?

Mas o caso interessante do Twitter é que realmente deu certo para os famosos, que agora estão muito mais acessíveis, em perfis assumidamente verdadeiros.

E hoje, não se fala de outra coisa nos sites de fofoca além dos problemas da rainha Xuxa com a nova ferramenta. Para explicar tudo melhor, leiam a coluna do Mauricio Stycer, aqui, e para rir da situação, leiam os comentários do "Te dou um dado?".

Há várias questões nessa história toda. Eu, particularmente, gosto da Xuxa, como já disse aqui, mas entendo os ataques. Outro post do "TDUD?" que me matou de rir foi sobre os comentários do Danilo Gentili sobre a coisa, mas na minha opinião, ele mais uma vez pesou a mão.

Como apontado na coluna do Stycer, o acesso às celebridades realiza o sonho de conversar com a TV, e como comentado lá, temos aquela confirmação do óbvio, de que as celebridades são pessoas como nós, com seus erros e acertos.

Sabemos que Xuxa vive num mundo particular (e rosa), e se eu tivesse a fortuna dela (only a matter of time, my dears...), também o faria. Ser rico e famoso é o sonho de muita gente, então fica difícil mesmo deixar passar a chance de apontar os defeitos de alguém assim. Mas aí, como em tudo que envolve opiniões, entra a maldade.

Ainda ontem eu li uma crítica sobre a homenagem à Xuxa no festival de Gramado. É pertinente, pois uma premiação de cinema deve se preocupar mais com o conteúdo artístico das obras e dos intérpretes, mas é preciso lembrar que dentro do que se propõe, Xuxa é bastante eficiente.

Por trajetória e por opção, a ex-modelo trabalha com crianças, e atinge seu público-alvo em filmes que divertem e criam o hábito de ir ao cinema. Ninguém precisa dizer que ela é boa atriz, ou que seus filmes são de alto teor intelectual. Nem é a proposta.

Aí, ela derrapa no Twitter, e depois defende a filha. Claro, todo mundo riu. Eu ri. Mas ficar fazendo esse circo de opiniões, resenhas e afins (que resultou nessa daqui também), é demais. Talvez seja impossível que as coisas para ela sejam normais... é a sina das celebridades.

Não queria tomar partido, até por que não suporto erros ortográficos, e o Danilo Gentili fez piada com um outro post de Xuxa, sem falar nada dos tais erros. Mas como ele é sem graça, né? Eu não achei muita graça no filme "Brüno" justamente por causa desse tipo de humor babaca, maligno, que só sabe fazer rir através do achincalhe. Não vejo o CQC, mas não é a primeira vez que uma declaração do Gentili não é nada gentil. Isso me afeta talvez pela semelhança com a homofobia... vai saber...
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Ainda na coluna de Maurício Stycer, achei interessante a reflexão sobre a "imitação da Globo" feita pela RECORD com "A Fazenda", e como é o público quem deseja essa imitação.

Eu já tinha pensado sobre isso, analisando exclusivamente o BBB. É impressionante como o reality show, pela influência do público, só funciona quando "imita" uma novela. Se considerarmos o programa como um experimento, sabendo que o macro se reproduz no micro, temos um perfeito panorama da sociedade brasileira.

Tal é a penetração cultural das novelas (ou sua capacidade de refletir nossa cultura?), que qualquer reality show, qualquer CPI, qualquer eleição, vira novela. Temos mocinhos, vilões, reviravoltas... não são muito mais emocionantes (para quem assiste) os jogos em que o time ganha de virada, vencendo as adversidades e conquistando sua glória no finzinho?

A questão GLOBO/RECORD é muito mais sociológica do que simplesmente imitação de formatos. O problema é que entretenimento é um produto e é vendido, então tem que atender a demanda... E quem MANDA, é o público.
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Em tempo: "Cidade de Deus" foi eleito pelo IMDB como o terceiro melhor filme do milênio.
Listas de melhores e piores sempre são polêmicas, mas essa eu achei curiosa... fala sério, né? Eu gosto do Batman, mas não é para tanto. Nesse mesmo Top Ten há filmes com histórias muitos mais interessantes, como "Brilho eterno de uma mente sem lembrança" ou muito bonitos, como "O fabuloso destino de Amélie Poulain". Enfim, fica o orgulho nacional pela boa posição de "City of God". Com Batman e "O Senhor dos Anéis" na frente, para mim ficou em primeiro...

Quem assumiu?

Será que às vésperas de completar meio-século, o eterno namorado da maior modelo da história se assumirá gay?

Não, apesar dos rumores e piadinhas... Ken, simplesmente, está desempenhando seu papel de espelhar a evolução da moda, na nova abordagem sessentista da linha "Barbie Fashion Model Collection".
Eu achei uma graça, e com certeza vou usar essa roupa da próxima vez que me fantasiar de Ken...

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Futebol, religião, casamento, Milk e Brit!

Pois éam, ninguém está no blog errado. Eu, em toda a minha glória, falarei de futebol.

Na verdade, o lance é homofobia mesmo. Leiam o Blog do Milton Neves (e como sempre os inevitáveis comentários...), sobre a homofobia da qual o jogador Richarlyson é vítima (aqui, uma pouco mais sobre o assunto).

Não quero "chover no molhado", mas é impressionante como mesmo no que seria o auge da atividade masculina, pessoas ainda se preocupam com a sexualidade alheia. Não tenho como opinar sobre o rendimento do jogador, por que não sei como é e não me interessa, mas NAONDE que ele ser viado ou não muda alguma coisa?

Eis uma das questões que me faz pensar se eu não seria mais feliz sendo um completo ignorante. Se eu não tivesse cultura e pensamento crítico, com certeza não me espantaria com nada. Realmente, quem é crente, fanático e heterossexual simplesmente por não conhecer outra possibilidade que é feliz...
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A notícia abaixo é só para divertir, pois mostra outros famosos (além de mim), que não acreditam em Deus. Gostei muito da frase da Julianne Moore, por que é exatamente o que eu diria...
LEIAM!
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O vídeo abaixo é a primeira cena da terceira temporada da série "Mad Man", que eu nunca vi. Mas é bem divertido, e serve de conselho para os amigos que usam viagens de trabalho para dar escapadelas. Nunca se sabe no que vai dar...

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E esta eu li no "Trés Fab, sweetie!" (não, não é meu outro blog). No ano em que os EUA prestam homenagem a Harvey Milk, um bonde de São Francisco com sua imagem foi pichado com a palavra "FAG". Ok, tá na rua, é claro que ia ser difícil evitar... mas é foda!

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Terminando mais light com uma notícia do mesmo blog, um chiuaua de brinco rosa foi roubado de um bar gay por um cara com uma tatuagem da BRITNEY SPEARS!!!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Yaoi ou "O Canto da Revoada"

Não é todo dia que temos a notícia de que um galã de cinema não gosta de rotular sua sexualidade como aconteceu com o (...) Gerard Butler que não se define nem como hétero nem como gay por se envolver como ambos os sexos, apesar de haver blogs rotulando-o como gay, exclusivamente. No meio a várias notícias de mulheres famosas que se definiram como bi também.

Apesar do que algum noveleiro global especulou sobre a passarinha alheia não é de hoje que meninos e meninas fantasiam sobre a sexualidade de celebridades, até porque fantasiar não tira pedaço e, felizmente pro infame famoso "escritor", também dá audiência. (o novo video game da Angélica que o diga =D)

Mas quem nunca fantasiou também sobre a sexualidade de personagens fictícios, de quadrinhos, seriados ou mangás? E contrariando o que pensa o limitado ""autor"" o gênero de mangá que retrata relações (originais ou fantasiadas) entre dois homens - o yaoi - é, geralmente, feito por e para mulheres.

Exemplo disso é a artista Ponderosa que tem entre suas ilustrações cenas tórridas (botei as mais comportadas) entre personagens que movimentam a imaginação de milhares de fans. No blog/portfolio dela há cenas entre personagens dO Senhor dos Anéis, do seriado Supernatural, assim como Harry Potter, X-Men entre outros...

Ponderosa

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Clipping

Bom, todos já devem ter notado que o ritmo por aqui mudou. Em agosto atingimos nosso recorde de postagens, por que me deu a louca, estava vagabundeando e desceu um espírito jornalista que me convenceu de que não teria problema em postar de maneira mais regular. A proposta anterior, de deixar um post e esperar o povo refletir não tinha como acompanhar as notícias...
Bom, tudo pode mudar agora que eu trabalho e estou sempre morrendo de sono e tentando fazer a noite durar, ou uma nova onde de preguiça pode me acometer. Mas aí, conto com meus amigos LD e Literatum para dar um gás também... anyway, o post de hoje, ao invés de falar de uma coisa só, é um clipping de coisas que me chamaram a atenção aqui e no resto da internet...
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Priscilla Pires, diva eterna, barrou Ana (e Naiá) MAIS UMA VEZ! É impressionante como Pri é uma fonte inesgotável de alegria para mim... e mais impressionante é a burrice da Aná, né? Se colocar na mesma posição de novo? Claro, ela está se promovendo com isso, mas ainda assim...
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Não vou ficar colocando a mão no fogo pelo Obama, embora saiba que mesmo alguém com a melhor das intenções tem que capitular quando chega ao poder. Mas é ridículo ele ter que defender a reforma do sistema de saúde americano, como se facilitar o acesso à saúde fosse um erro...
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O site ACAPA fez uma resenha do livro "Terapia Afirmativa", de Klécius Borges, já indicado aqui no "P-Files".
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Também no ACAPA, o resultado (não surpreendente) de uma pesquisa americana que concluiu que 48% da população Gay e Lésbica faz terapia, por causa da homofobia.
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A (agora única) rainha do Pop, que encontrou Jesus no Brasil em Setembro finalmente foi flagrada aos beijos com ele:

Tá durando, né? Eu acho legal.
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Sobre outra rainha, fiquei feliz em ver a Xuxa e o Luciano Szafir assumindo a relação na CARAS. Sem medo de soar cafona e mostrar meu lado "pão com ovo" (até por que, ele não existe...), eu que cresci vendo a Xuxa gosto muito dela. Sou bem romântico (apesar de toda a luxúria e devassidão), então acho ótimo que depois de tanto anos eles estejam juntos e felizes... fora que essa carinha de Superman... ai,ai:

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Duas notícias do MIX: A procuradoria geral da república enviou um parecer favorável ao Supremo Tribunal, apoiando uniões civis fora do contexto homem-mulher (vamos torcer!).
E o Ministério da Saúde criou cartões virtuais (que podem ser enviados anonimamente) para ajudar as pessoas a avisarem seus parceiros sobre suas DSTs. Ok, deve ajudar... mas é complicado, né? Vai ter muito trote, sem contar que é uma coisa bem estranha... tipo "maravilhas da tecnologia". Posso entrar dentro de você, mas não tenho cara de ter uma conversa franca sobre uma questão séria. Eu entendo, mas é estranho como as coisas hoje são fáceis...
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Senhor Viril, não faço joguinhos. Simplesmente, acho mais justo que o senhor analise as opções, se for realmente fazer algum teste do sofá para entrar no blog (o que não significa que vá admitir ser preterido!).
E sobre o Literatum... ele está mais perto, né?
Anônimo, eu mesmo me preocupo com o conteúdo do blog, por que o idealizei como um espaço de cultura, mas nada impede que haja alguma diversão... vamos fazer um chat de pegação? Por que esse anonimato? Como você? Onde você mora? O que curte? Afim de tc? (diz ao menos a sua cidade e a primeira letra do nome, Vaaaiiiiii...)
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Agora, só um comentário, que não tem nada a ver com internet, e nem com o post "Adequações" do dia 29 de Julho: a minha academia está com tanto homem bonito que está difícil de eu me concentrar e malhar. Não bastasse a preguiça, agora isso!
Nesta terça a personagem da Arlete Salles em "Toma Lá, dá cá" disse que "mulher pensa muito em sexo, homem muito mais, e gay mais ainda" (ou coisa assim, copiada da primeira frase de "Queer as Folk"). Não vou concordar totalmente, mas com homens bonitos e suados ao meu redor, fica difícil...

Um pouco mais do mesmo e notícias mais leves...

Falando um pouco mais sobre essa eterna discussão entre homossexuais e religiosos, o MIX falou da capa da revista evangélica ECLÉSIA, que fala em "mordaça gay".

A matéria da revista fala inclusive da psicológa Rozangela Justino, que afirma ter "curado" gays (falo dela em breve...).

Mas enfim, o que acho interessante é a tal "mordaça gay". Legal discutir a liberdade de expressão e de orientação religiosa frente ao que é politicamente correto. O caso é que, como sempre insisto, o estado é (ou deveria ser) laico. Assim, não importa se Deus e o Papai Noel existem, mas sim quais são as necessidades dos cidadãos.

Acusam a lei de criminalização da homofobia de ser uma forma de censura, simplesmente por não desejarem reconhecer os anos de opressão e violência a que os homossexuais vem sendo expostos.

O Brasil, com toda a sua diversidade, ainda é um país MUITO racista, e temos uma lei para isso. Você pode pensar o que quiser de quem é negro, mas é contra-lei usar de violência física ou psicológica para expressar uma idéia que, fora do âmbito particular, fere a civilidade que é básica para a vida em sociedade.

E por isso que precisamos de uma lei que nos defenda. Até por que, se eu não posso discriminar uma pessoa por sua orientação religiosa, não há lógica em que ela possa me discriminar pela minha identidade sexual.

Affe!

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Gente, e o Stewie, de "Uma Família da Pesada", que é gay? Não é surpresa, mas o criador da série, Seth McFarlane, disse em recente entrevista à Playboy que chegou a escrever um episódio onde o bebê assumia sua condição, optando depois por deixar em aberto...

A decisão foi por que ele afinal só tem um ano, mas McFarlane disse que Stewie terminará sendo gay mesmo, ou um "heterossexual muito infeliz e reprimido", o que explicaria sua obsessão por matar a mãe e dominar o mundo. A tese é de que essa agressividade vem justamente da confusão e da incerteza sobre sua orientação, e quanto ao episódio que não foi ao ar, o assunto era o assédio sofrido por ele na escola. Stewie termina voltando no tempo para impedir que o "não deitarás com homem como se fosse mulher, é uma abominação" do Levítico fosse escrito (que inveja! Se bem que eu apagava essa droga desse livro todo...).
Em março, o show foi alvo de um grupo de pais preocupados por causa de um episódio que exibia uma orgia gay com 11 homens, Stewie comendo sêmen de cavalo e bestialidades. O "conselho de TV dos pais", que tem 1.3 milhões de membros, prestou uma queixa à comissão federal de comunicação dos EUA. McFarlane, que já tinha recebido reclamações do grupo antes, disse que foi como receber "cartas de ódio de Hitler".

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Mais do mesmo...

Leiam o post Pró direitos civis gays no blog do Sakamoto.

Mais uma vez esse assunto, mais uma vez o espaço para comentários como palco para discussão. Intolerância que me desilude, fanatismo religioso que me irrita (PROFUNDAMENTE), e claro, algumas opniões sensatas.

Já escrevi aqui que não adianta fingir que vivemos numa sociedade ideal. Temos que aceitar que as coisas são como são e tentar viver da melhor forma possível. Mas realmente, tem horas que me canso. Sei que assim, viva a diferença, gente burra existe em todo lugar, mas francamente...

Eu não acredito em Deus por escolha religiosa. Religiões oferecem conforto, e eu me sinto mais confortável em acreditar que não existe nada além desse plano, além de achar ridículo tomar um livro velho como regra só por que sei lá quantos judeus pensavam de um jeito a milhares de anos atrás.

Não tenho nada contra judeus, só falei nisso para explicitar a diferença. Não sou nacionalista, mas acho muito mais coerente adotar a mitologia dos índios da Amazônia, que são da minha terra, ou dos gregos, que constituíram a base filosófica da nossa sociedade, do que eleger como verdade a mitologia de um povo que é distante de mim geográfica e culturalmente...

Mas tá, vamos admitir o deus judaico-cristão, já que ele ganhou mesmo. Eu aprendi, essencialmente, que "Deus é amor". Então por que os religiosos só usam Deus e a Bíblia para o ódio? Eu sempre me referi a esse livro como o "livro do ódio", pois pouca coisa que vi nele ou gerada pela interpretação dele não resultou em ódio.

Aí, claro, vão dizer que é por que eu sou homossexual e por que sou ateu. Eu digo que é por que sou humano e inteligente. Reconheço nosso talento para a intolerância. Se uma pessoa tivesse poder absoluto, por melhor que seja, excluiria os elementos da sociedade que considera errados. Fala-se muito em nazismo como coisa abominável, mas eu acredito que é o que acontece quando alguém tem poder absoluto. É natural. Não vejo diferença entre nazismo, inquisição e a rainha de copas gritando "corrrtem-lhe a cabeça".

A questão dos direitos civis, como tudo que se refere ao Estado, tem que ser livre de opiniões. A lei deve amparar os cidadãos em suas necessidades, e cabe aos juízes analisar cada caso de acordo com seu contexto.

Enfim... amanhã, depois de mais uma noite de sono, volto a ter esperança. Agora, isso tudo só reforça o meu cansaço mesmo.

sábado, 15 de agosto de 2009

Música Pop, Divas e Montação...

Algumas semanas atrás, pela enesima vez, me apontaram a proximidade que o público gay tem com a música pop. Questionam o porque de tantas "divas" do pop (inter)nacional terem, um grande número de fans LGBT. Eu acho isso tudo muito engraçado. Música pop, como o nome já diz é pra ser gostado pela maioria então sinceramente, não entendo a estranheza de qualquer expressão cultural "popular" também atingir o público gay. O erro é achar que todo homem que gosta da Kylie Minogue, Madonna, Beyoncé ou Wanessa Camargo é gay. Eu não conheço nenhum mas sei que existe. =D

Eu acho que o público LGBT acaba se sobressaindo porque é uma parcela mais fiel da população. Costumam ser fans exemplares, que compram CD, procuram acompanhar a carreira (até depois de tocar nas rádios), vão a shows e talz. A única cantora pop que eu conheço (e gosto) que na minha opnião é majoritariamente gay é a Kylie Minogue. Quem já viu um show dela (ao vivo ou em DVD) sabe que ela não só flerta com o público gay ela é inspirada por ele. Conheci um garoto que fala que é "muita vontade de ser minoria". O negócio é que ela se monta como poucas...

O que mais me intriga nessa história é a atual popularização da montação. Beyoncé com seus apliques e roupas extravagantes; Lady Gaga com sua make-up e figurinos; isso pra falar só as mais descaradas. Acho que a figura produzida dessas "divas" que saem dos padrões e até debocham dele é o que atrai em tantos homens gays. A imagem de mulheres que transgridem o estético mas sem perder a sensualidade numa posição de poder é algo que não se vê todo dia. E pessoas famosas, teoricamente, deveriam ser pessoas diferentes das que conhecemos e não se desculpam por isso. Pelo contrário, usam essa diferença a seu favor.

Agora só me fica a dúvida... o que veio primeiro a diva ou a drag?

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

"Templo é dinheiro" ou "O ataque da Vênus Platinada"

Ok, ok. Eu dificilmente tenho como ser imparcial nesse assunto, por que eu não suporto teorias conspiratórias do tipo "a Globo manipula o país". Na verdade, eu AMO a Globo e no dia que estrelar uma novela lá vou dar uma festa, e o bolo terá o símbolo da emissora...
Mas enfim, nessa semana o jornal nacional falou sobre o pastor Edir Macedo, e taí outro assunto onde não consigo ser imparcial, por que tenho verdadeiro horror a igrejas e religiões de qualquer espécie.
Enfim, seja pelo motivo que for, as imagens exibidas pelo casal Bonner com o pastor falando sobre dinheiro, persuasão e vaga no céu são verdadeiras, e EU VI um programa da Record prometendo alívio para enxaqueca a fiéis que tocassem A FOTO da camisa que o Partor Edir Macedo usou ao subir o monte Sinai. Ninguém me contou não.
Aí hoje, por acaso, ingressei na massa proletária e aí tive que acordar cedo. Minha mãe estava assistindo o Jornal da Record, e já de manhã, eles estavam falando sobre "O ATAQUE DESESPERADO DA REDE GLOBO À RECORD". Ok, vai que tem algum fundamento... mas tive que rir.
Abaixo, a primeira parte de uma reportagem da emissora (as outras estão nos links relacionados):

Coisinhas que li na net...

Uma capela de Nova York está realizando casamentos gays, para todos que quiserem se casar por lá ao invés de ficar viajando.
Como alguém pode virar juiz de paz pela internet (como aconteceu com o Joey em "FRIENDS"), criaram essa capela onde isso é permitido, embora não seja algo recohecido por lei.
Alguns jovens têm se casado por protesto, o que no fim das contas é interessante e talvez faça a discussão por lá acontecer. A capela não tem nenhuma menção à religião, e em as cerimônias, então é legal para esse povo da igreja se tocar que uma coisa não tem nada a ver com a outra...
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Outra coisa interessante foi essa postagem sobre a nova lei de crimes sexuais. Finalmente homens podem ser estuprados, mas um beijo de língua forçado pode dar uma pena maior do que sexo não-consensual mediante "boa noite Cinderela". Nice, hum?

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Bravo! e a "estética homossexual".

A ótima revista "Bravo!" traz um interessante artigo sobre a "estética homossexual". Leiam, principalmente a parte dos comentários, onde a discussão ficou deliciosa...

Pessoalmente, acho que o ponto discutível é a não existência do homossexual. Sei que esse nome foi criado pela psicanálise a relativamente pouco tempo, mas a partir do momento que o termo foi aceito e usado para "catalogar" pessoas, ele foi legitimado.

Digo isso por que a homossexualidade como prática sempre existiu, mas a partis do momento que isso foi nomeado e características foram apontadas como sintomas, por mais preconceituoso que parece, criou-se a identidade homossexual.

Assim, é natural que guardadas as devidas proporções, tenhamos um comportamento homossexual (e não me refiro à pratica sexual) e algo que pode ser definido como a "estética homossexual".

Enfim, leiam o texto e comentem.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

"The PINK knight" ou "Being FABULOUS in other media"

Um solteirão que vive com um garoto numa mansão e quase toda noite veste uma máscara de vinil preta.
Paraíso homossexual sadomasô ou um justiceiro incompreendido? Batman é gay? Leiam sobre isso em meu primeiro artigo oficial no site Ambrosia, sobre entretenimento.

Este artigo é o primeiro a oficializar minha participação no site (onde nem tudo será sobre homossexualidade), mas o marco zero, ainda como colaborador, foi uma retrospectiva dos 50 anos da deusa que guia a minha existência...

domingo, 9 de agosto de 2009

Dando uma de B-Fab...

Vou indicar um videozinho do Youtube e uma programa de TV. O vídeo da música "Hibi no Neiro", da banda japonesa SOUR foi gravado inteiramente via webcam, com um elenco escolhido entre os fãs da banda do mundo todo. O resultado é bastante interessante:


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E o programa, embora seja algo que provavelmente será difícil de assistirmos por meios convencionais, chama-se "Mon Incroyable Fiancé" ou "Meu incrível noivo".
Trata-se de um reality show onde um rapaz heterossexual ganhará CEM MIL EUROS se conseguir convencer a família e os amigos de que está apaixonado por um cara.

Segundo o belo Christopher, o mais difícil não é se passar por homossexual, e sim enganar seus entes queridos. Achei interessante por que é terreno fértil para debates acalorados, preconceitos revelados e discussões interessantes. Um hétero tentando convencer como gay, usando signos dos estereótipos sem poder fazer piada...
Acima, o belo Christopher (eu me passaria por noivo dele a qualquer hora...), e abaixo, ele e seu "incrível noivo":

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

O curiso caso de Brangelina...

Então o termo "power-couple" foi redefinido quando duas das pessoas mais bonitas e famosas do mundo se juntaram após um filme, e terminaram com uma família multi-racial e multi-milionária. Mas por que eles ainda não se casaram?

Em recente entrevista, o Sr. Jolie se mostrou um homem ainda mais desejável, com suas declarações pró-gays.

Segundo Brad, ele disse uma vez que se casaria com Angelina, sua alma-gêmea, quando todo mundo tivesse esse direito. Grupos religioso o ameaçaram, mas ele diz que mantém essa posição, e que é ridículo pensar que o casamento gay arruina famílias, quando ele é testemunha das famílias maravilhosas de seus amigos gays, e da felicidade das crianças criadas por esses pais.

Ele entende que isso é medo do diferente, mas acha ridículo que a "prop 8" tenha tirado o direito ao casamento de casais gays, e que espera que seus filhos sejam felizes e se sintam confortáveis para serem o que quiserem.

Dá pra fazer maldadezinha e dizer que Brad está fazendo fita para não casar com a moça, mas é lindo...

Eating Out, a primeira trilogia gay.

No dia 02 de Outubro, estréia em Los Angeles a terceira e derradeira parte da primeira "franquia gay" da história do cinema: EATING OUT 3:ALL YOU CAN EAT.
O primeiro e segundo filmes fizeram bastante sucesso (com o segundo revelando ao mundo a nudez maravilhosa de Marco Dapper), e o terceiro promete repetir a dose.
Com questões interessantes sobre a sexualidade e seus "limites" discutidas com muito humor, a trilogia termina fechando com chave de ouro, com um elenco de lindos assumidamente gays, o que é raríssimo...



Abaixo o trailer do primeiro filme:

Agora, do segundo:

E por fim, o teaser do terceiro:

Mal posso esperar para baixar e assistir (por que esses filmes não serão lançados aqui nunquinha...)

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Mais Diva, mais cultura, mais fabulousness!

Falando de outra das minhas divas, pela primeira vez no século eu comprarei uma Playboy:

Priscilla Pires inovou com o tema "princesa devassa", e pela primeira vez um ensaio da Playboy tem homens seminus.

O que me interessa nessa Playboy é que Priscilla conseguiu fotografar exatamente o que eu mais admiro nela: sua sexualidade.

Como disse na época do BBB, o grande lance da morena é falar abertamente sobre isso, contrariando anos e anos de opressão à mulher, especialmente num país machista como o nosso.

Aí, é claro, há o outro lado da moeda e a "objetificação da mulher", mas Pri já provou que é muito mais que um corpão voluptuoso e nesse ensaio, os objetos (de cena) são os homens. Até o (bem dotado) namorado dela participou das fotos, mas sem mostrar o rosto...

E abaixo, a foto dela para a capa da revista NOVA, num estilo mais classudo (apesar do decote e de levantar o vestido... haha!):

Melhor que isso, só ela ter barrado a xarope da Ana Carolina no lançamento da revista...
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Nessa semana teve um burburinho na mídia depois que Aguinaldo Silva disse em seu blog que Reynaldo Gianecchini faria um vilão gay na minissérie "Cinquentinha", que estréia no dia 02 de Outubro.

A informação foi negada pela Globo e pelo ator, que disse que a agenda cheia não permitiria que fizesse o trabalho (segundo o Te Dou Um Dado?, ele arregou mesmo).

O que quero ver é o tal personagem, não importando o ator (posso mandar currículo ou tem que ter 40 anos?). Finalmente ver um gay mau será um sonho para mim, se ele não terminar com uma mulher...
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Terminando em cultura, daqui a pouco começa a temporada cultural com os festivais de cinema e de teatro (e depois o ano acaba), e já deixo a dica de dois filmes interessantes.

O primeiro é o brasileiro "Elvis e Madona", que conta a história de amor entre uma lésbica e um travesti. Já tem minha simpatia por discutir os limites dessas "etiquetas sexuais" e mostrar como a sexualidade e o amor são amplos.


O outro, "Humpday", é uma comédia sobre dois amigos héteros que decidem lançar um filme pornô de uma transa entre os dois. Nada de questões afirmativas pró-homossexualidade, mas risos e elementos para se pensar sobre a aproximação entre os homens e seus amigos.

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Por fim, sem necessariamente indicar o filme ainda, vale uma lida nesta matéria sobre a polêmica em torno do novo filme de Sherlock Holmes, que ainda nesse terreno da amizade entre homens, explora a intimidade entre o detetive e o Sr. Watson de uma forma que incomodou algumas pessoas...