Ontem eu vi no metrô um garoto com uma camisa onde se lia "NEGRO". Sem grandes surpresas o rapaz era negro...
Por mais que eu compreenda que tal demonstração de orgulho vem em resposta ao sentimento de vergonha presente por gerações, eu acho um pouco sem sentido, pois só serve para re-afirmar a diferença. Isso me parece contrário ao discurso de igualdade que defendem algumas das minorias sociais.
Eu como negro e gay não sinto necessidade de afirmar constantemente meu orgulho, mas quando o faço é em circunstâncias bem diferentes. Sendo negro, não preciso de camisas, gestos ou linguajar para que todos percebam o tom da minha pele e o fato de cultivar um black não quer dizer necessariamente que eu sou um negro mais orgulhoso que qualquer outro. Simplesmente quer dizer que eu sou obrigado a cuidar e me preocupar com o meu cabelo. Talvez diga que gostaria de ser a Beyoncè quando danço suas músicas com o B Fab.
Semana passada eu descobri um blog que fala sobre duas coisas que motivaram esse post, a dificuldade sobre aceitar a diferença, e sobre alguns dos conflito que ser negro e gay podem trazer em nossa sociedade.
Quando se é negro, sua família muito provavelmente é negra, então você só passa a se entender como diferente quando conhece o outro. Isso significa que você nunca se vê tão destacado das outras pessoas por haver outros iguais a você desde a infância.
Agora quando se é gay, dificilmente se está numa posição onde existam pessoas iguais a você ao seu redor. E até você encontrar essas pessoas, que te fazem perceber que você não é tão diferente assim, é difícil compreender e aceitar tudo que ser gay significa.
Enquanto racismo se aprende fora de casa, muitos são apresentados à homofobia desde sempre. Não estou querendo dizer que a homofobia é pior que o racismo. Longe disso, ambos matam e ambos devem ser combatidos. Só que enquanto no racismo existe conforto na família, na homofobia muitas vezes não. O que significa que durante o processo de descoberta e aceitação da sexualidade muitos se vêm sozinhos e isolados até da própria família. O que me parece ter efeitos psicológicos ainda mais graves.
Felizmente existe o exemplo de famílias que superam preconceitos e aceitam seus filhos e irmãos e os apóiam incondicionalmente, como foi apresentado no Profissão Repórter dessa semana(23/08/09), que mostrou o caso de um casal lésbico que decidiu ter filhos. Confesso que chorei vendo a história delas. Teve selinho, parto, choro, revolta... Vale a pena conferir.
Por mais que eu compreenda que tal demonstração de orgulho vem em resposta ao sentimento de vergonha presente por gerações, eu acho um pouco sem sentido, pois só serve para re-afirmar a diferença. Isso me parece contrário ao discurso de igualdade que defendem algumas das minorias sociais.
Eu como negro e gay não sinto necessidade de afirmar constantemente meu orgulho, mas quando o faço é em circunstâncias bem diferentes. Sendo negro, não preciso de camisas, gestos ou linguajar para que todos percebam o tom da minha pele e o fato de cultivar um black não quer dizer necessariamente que eu sou um negro mais orgulhoso que qualquer outro. Simplesmente quer dizer que eu sou obrigado a cuidar e me preocupar com o meu cabelo. Talvez diga que gostaria de ser a Beyoncè quando danço suas músicas com o B Fab.
Semana passada eu descobri um blog que fala sobre duas coisas que motivaram esse post, a dificuldade sobre aceitar a diferença, e sobre alguns dos conflito que ser negro e gay podem trazer em nossa sociedade.
Quando se é negro, sua família muito provavelmente é negra, então você só passa a se entender como diferente quando conhece o outro. Isso significa que você nunca se vê tão destacado das outras pessoas por haver outros iguais a você desde a infância.
Agora quando se é gay, dificilmente se está numa posição onde existam pessoas iguais a você ao seu redor. E até você encontrar essas pessoas, que te fazem perceber que você não é tão diferente assim, é difícil compreender e aceitar tudo que ser gay significa.
Enquanto racismo se aprende fora de casa, muitos são apresentados à homofobia desde sempre. Não estou querendo dizer que a homofobia é pior que o racismo. Longe disso, ambos matam e ambos devem ser combatidos. Só que enquanto no racismo existe conforto na família, na homofobia muitas vezes não. O que significa que durante o processo de descoberta e aceitação da sexualidade muitos se vêm sozinhos e isolados até da própria família. O que me parece ter efeitos psicológicos ainda mais graves.
Felizmente existe o exemplo de famílias que superam preconceitos e aceitam seus filhos e irmãos e os apóiam incondicionalmente, como foi apresentado no Profissão Repórter dessa semana(23/08/09), que mostrou o caso de um casal lésbico que decidiu ter filhos. Confesso que chorei vendo a história delas. Teve selinho, parto, choro, revolta... Vale a pena conferir.