terça-feira, 30 de março de 2010

O futuro, o BBB e o ex-menudo...

Pois é, pessoal, fiquei o mês inteiro sem postar. É a vida. Arrumei um trabalho que me consumiu muito no mês, L.D continua sua saga rumo ao sucesso publicitário, e estava terminando a monografia, que defendi hoje. Então, realmente, não deu.
A defesa foi o esperado. Um sucesso no texto, que eu não preciso mexer e que foi elogiadíssimo, e um trabalho preguiçoso na cena.
O caso foi que várias idéias de pesquisa se misturaram, a opção final de fazer uma cena narrativa da Metamorfose do Kafka, numa leitura gay, ficou aquém da proposta abusada. Foi um trabalho legal, uma defesa tranquila e terminei a faculdade com uma boa nota... Mas o ciclo se fechou com um gosto de quero mais na cena, e acho que vou transformar isso em projeto, criar um texto baseado na metamorfose, mas sob a ótica de "sair do armário". Este será o projeto dois.
O projeto um é um programa de TV. Começará no Youtube, e terá um blog que provavelmente acabará com esse... Ainda é algo muito inicial e eu preciso me reunir com alguns amigos para discutir os detalhes, mas acho que dará pano pra manga...
*
O BBB. Infelizmente, nessa edição "colorida", o Brasil se mostrou meio sépia. Estou torcendo para a Fernanda, simplesmente por que não suporto a idéia do Dourado ganhar, embora ele já tenha conquistado sua vitória sobre a comunidade gay.
Não me importa se Dourado é homofóbico ou só ignorante. Ele tem direito às suas opiniões e preconceitos, assim como o restante de nós. Mas este é o Big Brother Brasil. Nenhum programa em nosso país faz tanto sucesso, gera tanta discussão, quanto este. Nessa edição, com o time colorido, tivemos a chance de mostrar tolerância. Se não com a vitória de um dos homossexuais, pelo menos com a vitória deles sobre Dourado, que querendo ou não, virou representante da homofobia do país.
Digo isso por que a graça do BBB, pra mim, sempre foi analisar o povo aqui fora. E agora temos o Dourado, que a príncipio era tão impopular, como favorito, independente das opiniões dele.
O que me incomoda não é se ele gosta ou não de viado. Como um homem heterossexual "que nunca viu isso", nada mais natural do que um estranhamento. Nada mais natural do que esse estranhamento se revelar numa piadinha de gosto duvidoso. Mas dentro do que é o BBB, ele acabou se tornando estandarte daqueles que, aqui fora, desejam efetivamente exterminar com a identidade gay.
É preocupante, por que eu posso apostar que independente de seus méritos ou história de vida, alguma parte dos votos do Dourado é justamente para "calar a boca das bichas".
Quando Sérgio foi eliminado, eu não me surpreendi. Sabia que Dimmy não era o mais popular dos participantes, mas podia apostar que Serginho seria eliminado com quem quer que fosse. Sua imagem e postura feliz são muito agressivas para nossos padrões. Ele foi considerado adorável por ser engraçado, por que a imagem da "bichinha" é engraçada. Mas não é uma imagem de vencedor. Uma imagem que conquiste apoio. Infelizmente, um jovem com essa personalidade nunca ganharia o programa.
Aí, ele se sentiu atraído por Fernanda, e como as pessoas não conseguem admitir que alguém transite entre os rótulos, vi capas de revistas perguntando "Será que ele é?". Pedro Bial teve a pachorra de perguntar ao menino, ao vivo, se ele é ativo ou passivo! Imagino quantos idiotas pelo país não riram, assumindo que ele é passivo simplesmente por sua postura feminina, como se ser passivo ou efeminado (ou mulher) fossem coisas degradantes.
Mais uma vez, homens homossexuais abriram a boca para dizer que não são desse jeito, que não se sentem representados por pessoas assim, como se fosse um crime ser uma bichinha...
Que país é esse?
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E Ricky Martin saiu do armário. Pra mim, ficou óbvio quando ele teve os filhos sem mãe, mas eu fico muito feliz de vê-lo assim. Sua carta é tocante, cheia de sentimento e verdade.
Seja bem-vindo, Ricky! Me liga, tsá?

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