domingo, 25 de janeiro de 2009

Orgulho e Preconceito

Sempre associei a importância de haver gays na mídia com as questões étnicas. Acho que assim como índios, árabes e asiáticos em geral DEVEM lutar por representação nos meios de comunicação de massa, a comunidade gay (ou LGBT) também merece um lugar (não-depreciativo) na mídia para se tornar “invisível” socialmente. Nem que seja com o desgaste da super-exposição do "diferente" na mídia.

Sei que atualmente existe a luta pelo reconhecimento das diferenças, mas discordo dela. Acredito que para chegarmos em um estágio de real invisibilidade é necessário que se re-afirme a igualdade já que o preconceito se baseia exatamente no que é diferente.
Não coloco os negros nessa lista dos "diferentes que devem aparecer" porque, sendo um, percebo que existe uma série de atitudes afirmativas que melhoraram (mas não mudaram) o modo como o negro é visto em nossa sociedade. Também porque vejo no discurso de orgulho racial uma forma de racismo. Discordo de como os negros norte-americanos, por exemplo, lidaram com a questão da "afirmação" da diferença. Exemplo disso são os códigos de comportamento, vestuário e fala que os distinguem.
Não estou dizendo que orgulho é uma coisa ruim. Só que não deveria ser externado num discurso que quer atingir uma integração social. Destacar as diferenças e proclamá-las com orgulho dificilmente convencerá alguém de que somos todos iguais e não há motivo para apontar dedos.

O que quero dizer com esse post é que toda e qualquer minoria que ainda não ganhou uma voz/representante dentro da sociedade deveria fazer questão de ter alguém como eles na TV, que é onde a repetição (maciça) acaba por provocar a indiferença. O que tornaria o que é "diferente" hoje em algo batido... algum dia. Esperamos...

3 comentários:

  1. Pois é. Começo a perceber o homossexual bem visitado na mídia. Cada vez mais. Será que um dia será mais "aceito / invisível" o homo do que o negro? Seria uma vergonha, pois o "assunto" gls é muito mais "novo" do que a luta racial.

    ResponderExcluir
  2. Acho difícil que algum dia a homossexualidade seja mais aceita do que as diferenças raciais.
    Não seria impossível, se pensarmos na "identidade gay" como algo de uma classe branca e mais educada, mas creio que até para ser politicamente correto, é mais fácil "tolerar" um negro, um índio, etc...

    ResponderExcluir
  3. Acho que os diferentes etnicamente vão ter sempre menos invisibilidade. A não ser que o mundo se misture a tal ponto que só haja pessoas "híbridas".

    Mas eu acho que o Obama vai servir de exemplo/modelo para muitas gerações por vir.

    Acho que não há essa diferença de idade das lutas. Tudo bem que a luta é nova. Mas o preconceito é tão antigo quanto.

    Esse negócio de politicamente correto é "uó". Só serve pra mascarar hipocrisia.

    ResponderExcluir

Posts Anexos