sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Ô, vício!

Sorry, mas vício é vício. Eu disse que ia encerrar o momento novela no último post, mas não tem como não comentar o último capítulo, né?

Não amei não, pois acho que a Flora merecia um final mais hollywoodiano, com um clímax mais doidão. Mesmo que ela terminasse presa e tudo, a cena lá na casa poderia ter sido melhor. Ela tentando roubar o helicóptero, sei lá...

Mas para a preocupação do meu amigo LD, parece que a novela não terminou tão "A Moralista" assim. Não sei se eu precisava que ela a agarrasse e beijasse, mas não me pareceu que a Flora fosse apaixonada pela Donatela. Claro, ela é doida pela irmã de criação, mas não necessariamente apaixonada.

Assim, evitamos uma demonização da (homo)sexualidade feminina. E isso é ótimo, ainda que eu anseie por vilões gays (na verdade, podem ser mocinhos também, só quero alguém com importância e que não levante a bandeira). No caso da Stela e da Catarina, terminamos com a sugestão de que poderia mesmo rolar algo, de uma forma bem escrita e especialmente bem interpretada pelas atrizes. Gostei bastante.

Não gostei do Léo ser o pai da neta. Tudo bem, isso existe, mas achei pesado e desnecessário para último capítulo. Acho que essas coisas mais hardcore só servem se for para levantar o debate, e mesmo com ele sendo tão violento e doido, o lance do abuso da filha não foi desenvolvido. Acharia mais interessante que esse pai não fosse mostrado, o que valida ainda mais a paternidade do Shiva, que não sabe quem é seu pai biológico.

Enfim, a novela acabou e é o que é. Um produto para a massa, que mesmo não podendo, tenta agradar a todos. Não dá para fingir que os autores e atores são livres para fazer qualquer coisa, quando o público tão vasto interfere tão diretamente no desenrolar das tramas. É parte do gênero, não dá para mudar.

E prometo não falar (muito) de Caminho das Índias. Só acho que deviam bronzear o povo, que a Juliana Paes é a única morena na família.
*
Seguindo com a programação, é tempo de BBB. Eu adoro esse programa muito mais pelo que ele provoca fora da casa. Acho incrível como o povo se revela moralista, sequioso desse poder de eliminação, irritadiço. Basta uma coisinha não ficar 100% explicada, e todo mundo vira bicho.

Eu, que sou uma pessoa muito calma (preguiçosa), não me estresso. No primeiro dia dessa edição, criaram caso por que não explicaram os critérios da seleção para a casa de vidro. Pra mim, estava claro. O programa tem um diretor, quem manda é ele.

Logo começam as jogadas, e aí o povo vai começar a querer eliminar "a falsa", o "jogador", elegendo vilões e mocinhos para fazer do programa uma continuação da novela. Isso sempre me intrigou, por que por melhor pessoa que alguém seja, duvido que não vá jogar, combinar voto, mentir, formar grupo... para ganhar um milhão. Sem contar que nunca disseram que não era para fazer nada disso. Muito pelo contrário.

Eu falo logo. Me joga lá pra ver se eu não faço de um tudo pelo dinheiro. Claro, tentando disfarçar, por que fico vivendo esse paradoxo de tentar ser sincero com meus sentimentos e opiniões, mas sem viajar completamente e esquecer do mundo em que vivemos. Assim, os participantes são obrigados mesmo a "entrar numas".

Mas acho que o povo devia era tomar vergonha e não ficar julgando os outros. Será que o lance de ser "minoria"? Hahaha...

2 comentários:

  1. Ando bastante descrente da TV brasileira no referente as questões LGBT...

    BBB. Sempre me impressiona que em muitas edições européias tem gente transando, tomando banho pelado sem pudor algum.

    Agora aqui, só no Carnaval. O povinho... reprimido? Ou hipócrita mesmo?

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  2. Aqui, só entre quatro paredes. No BBB já rolaram algumas coisas, mas o povo nunca fica "bem na foto", e todo mundo já está chamando de piranha aquela loura do lado B que deu mole para os caras, mas não ficou com nenhum por que pensa que os do outro lado são melhores (na minha opinião, com razão). Acho engraçado, pois voltam a demonizar a sexualidade feminina. Aquela velha história da galinha e do garanhão...
    Aqui, apesar da imagem de paraíso tropical, somos muito moralistas sim. Não lidamos com a nudez da mesma forma que os europeus. Isso é fato.
    E talvez não se possa cobrar isso mesmo, já que são culturas distintas. Mas a imagem sexual do Brasil é puro marketing.
    A gente gosta e faz muita coisa, mas o ideal é que ninguém fique sabendo. E assim vamos...

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