quarta-feira, 29 de julho de 2009

Adequações...

Então, no dia 16 de Julho, a cidade de Belo Horizonte adotou a medida de usar o nome social de travestis e transexuais em toda a Rede Municipal de Ensino.

Isso é muito legal, mas só resolvi falar disso hoje por que acabei de escutar uma discussão sobre o tema na minha academia.

A minha academia pertence a Polícia Civil, e embora a fantasia do L.D de que eu malho rodeado de policiais sarados com cassetetes em riste seja só uma fantasia mesmo, grande parte das pessoas ali realmente é policial.

Como grande parte é efetivamente sarada, suada, peluda e grande, de vez em quando eu levo alguns minutos para lavar as mãos no banheiro, enquanto o espelho me exibe corpos, cuecas e cassetetes.

Hoje, lá estava eu lavando as mãos, e o assunto que tinha percebido ao entrar no banheiro continuava. Nada mudou com a minha presença por que eu estava incógnito, com o chaveiro e o celular da Barbie DENTRO do bolso, e como não sou tão sociável ali, até que me adequo.

O assunto entre um grupo particularmente gostoso de policiais de cueca era como se referir a transgêneros e travestis ao atendê-los na delegacia.

Para minha tristeza, a opinião geral era de que valia o nome da carteira de identidade, não importando a aparência da pessoa ou sua vontade. Isso me entristeceu um pouco por que é claro que eu entendo os preconceitos, mas acho que é também uma falha do sistema, já que aqueles profissionais evidentemente não foram ensinados a lidar com essas pessoas.

Eles também discutiram sobre a lei da homofobia, e como discordavam que uma igreja possa ser punida por se negar a aceitar um fiel homossexual. Em linhas gerais, o tom inteiro era anti-gay, sem ser propriamente homofóbico, entendem? Como todos os preconceitos, me parecia que para pessoas que todo dia lidam com a lei, a conversa tinha um direcionamento para as falhas dessa "lei gay".

Eu, é claro, torcia para que algum deles tivesse uma opinião mais gay-friendly, mas acho que mesmo que esse alguém existisse, não ia sair falando disso naquele ambiente. Isso me fez pensar em quantos deles demoram um pouco mais para revistar aquele travesti particularmente feminino ou não se importam de se deixar chupar por um viadinho numa viela escura, sem permitir que essas atitudes coloquem em cheque sua identidade sexual.

Pensei também em como é difícil proteger uma minoria, qualquer que seja, sem que os termos de um lei interfiram no direito alheio. Mais do que igualdade, eu sempre quis liberdade e invisibilidade, pois não me agrada um tratamento especial. Mas e aí, quando o Sr. Luiz Carlos vai fazer um denúncia e ele é uma linda loura de seios enormes, como fica?

7 comentários:

  1. Sr. B Fab, o rei do banheirão rsrsrs.

    Bom, primeiro BH, depois o resto ... vamos caminhando ...

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  2. Que nada, tava só olhando... tá lá mesmo, não vou fechar os olhos, né?

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  3. até parece que você não queria que esse sonho fosse realidade?

    só transex podem mudar de nome legalmente né?

    realmente acho isso triste
    uma falta de respeito danada
    se esforçam em aparentar o outro sexo
    e alguém destroi isso usando um outro nome que com certeza não foi o nome com que se apresentaram

    e pior ainda a polícia não ter preparo pra lidar com isso

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  4. (Desviando o assunto ... mais uma vez) Mas LD disse de sonho virando realidade, aí já imaginei B Fab entrando no banheiro e começa a rolar um musical Hollywoodiano com os policiais de toalha, quepe (chapéu) de policial, botas ... sobe a música, todos coreografados RSRSRSRSRSRSRS ... ai ai ...

    Juro que não fumei nada ... Hug's.

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  5. não vejo grandes problemas em chamar o travesti pelo nome civil, se isso não estiver sendo feito dentro d um conceito de tratamento desrespeitoso... q infelizmente,e,geralmente é o q acontece.

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  6. Se virasse realidade, não seria um problema, mas não me enche os olhos muito não. Até por que, no caso, seria aquela situação excitante, mas com gente que provavelmente acha que pode transar com homens sem beijá-los, que está tudo bem. E aí, até eu fico com um bloqueio...

    Anônimo, eu acho MUITO desrespeitoso uma pessoa dizer que se chama uma coisa e alguém na cara dela usar outro nome.
    Claro, num primeiro momento, se o oficial simplesmente ler a ficha, pode usar o nome de registro e tudo bem. Mas se é uma figura feminina quem atende, e essa pessoa diz claramente que prefere ser chamada de Vanessa, Priscilla ou Stephanie, a partir desse momento o oficil devia respeitar isso.

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  7. A Trava chega para o policial e diz: "... eu sou Stephany ... No meu Cross Fox, eu vou sair, vou dançar, me divertir ... " RSRSRSRSRS ...

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